sexta-feira, 11 de julho de 2014


Mãe
Há muito que te vens apagando
Esquecendo os tempos idos,
Há muito que vens mudando
Em quase todos os sentidos

Aos poucos fomos te perdendo
E as lembranças foram contigo
Inevitável irmos sofrendo
Irrecuperável o tempo antigo   

Ficavas por vezes ausente
Mas ias andando devagarinho,
Estavas connosco presente
Podíamos dar-te todo o carinho

Agora de repente, ficaste doente
E eu vivo num drama interior
Gostaria de penetrar na tua mente
Para te poder dar o meu amor

Ontem dei-te a papa como se fosses criança
Como tantas vezes o deves ter feito
Quando era menina e me vestia de esperança
Em tempos de alegria e de outro jeito

Hoje deste-me a mão e com força a apertaste
Olhaste-me, fixando-me com ternura              
Pergunto-me, o que será que pensaste
Com esse rosto sofrido e mão em tremura

Mãe, tenho uma “confissão” a fazer
Perdoa-me deste meu sentir,
Por mais que isso possa doer,
Por mais que me custe pedir,
Mas antes te quero ver morta
Do que saber que estás a sofrer!





Maria Dias
Julho 2014


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