terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Balanço do ano 2024

 Neste último dia de 2024 e, fazendo um balanço deste ano, chego à conclusão que até é um balanço positivo. Alguns percalços de saúde, mas que terminaram em bem, algumas adversidades no percurso da vida, mas que se vão ultrapassando.

Olhando ao redor do mundo, entristece-me ver tanto sofrimento, guerra, terrorismo, e não consigo deixar de pensar nos que sofrem, em especial em todas as crianças inocentes que não têm presente, nem futuro.
Como eu gostava que 2025 trouxesse alguma Paz neste mundo. Utopia?...sei que sim, mas que a dor possa ser minimizada e que essas crianças possam conhecer algo de bom, num futuro próximo.
SAÚDE, PAZ E AMOR, embora seja clichê, mas sem dúvida o mais importante, é o que desejo para todos, porque o resto vem por acréscimo.



segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

"O Tempo" de Carlos Drummond de Andrade


"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um individuo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez, com outro número
e outra vontade de acreditar
que daqui para diante tudo vai ser diferente.
Para você, desejo o sonho realizado,
o amor esperado,
a esperança renovada.
Para você, desejo todas as cores desta vida,
todas as alegrias que puder sorrir,
todas as músicas que puder emocionar.
Para você, neste novo ano,
desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
que sua família seja mais unida,
que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas...
Mas nada seria suficiente...
Então desejo apenas que você tenha muitos desejos,
desejos grandes.
E que eles possam mover você a cada minuto
ao rumo da sua felicidade."








terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Natal no mundo

 

Neste momento o meu pensamento vai para aquelas crianças que não têm Natal.

Como seria bom que pudessem ainda acreditar na magia do pai Natal, certamente lhe pediriam PAZ para poderem sorrir.

Todas as crianças deviam ter o direito a sorrir!




sábado, 14 de dezembro de 2024

Paz, o presente de Natal mais desejado neste mundo tão conturbado pela guerra...

 Neste Natal não quero essa troca de artigos que não se abrem em solidariedade. Não quero saber de cartões a granel, vazios de originalidade.

Não quero amarguras que se guardam como lixo debaixo do tapete...
.
Não quero ver à minha volta sofrimento, fome, guerra... -sinto um aperto no coração quando vejo as imagens da guerra -o horror dos inocentes que sofrem- no maior contraste àqueles que andam num corre corre ao consumismo- sinto-me impotente sem nada poder fazer
Tragam a Paz, simplesmente a paz. Pode vir embrulhada e adornada com laços de todas as cores
Sim, eu sei que é uma ambição que tem asas, mas não voa

Se eu fosse um pássaro para a trazer para a terra, mesmo sem ser enfeitada de Natal, trazia-a singela e pura para a distribuir por esse mundo fora.
Como não sou um pássaro e só voo a sonhar, posso apenas alcançar a paz ao meu redor, começando pela paz na família e com os amigos.
Quero evocar as recordações mais ternas: o aconchego, o carinho, o cheirinho, o abraço terno, a partilha:
“Que em cada um de nós possa nascer ou renascer o poder de amar”
“Que em cada um de nós haja o desejo de partilha”
“Que todas as crianças do mundo tenham o direito a sorrir”





domingo, 8 de dezembro de 2024

A 8 de Dezembro suicida-se Florbela Espanca no dia em que fazia 36 anos

 



"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!"


domingo, 1 de dezembro de 2024

Dezembro

 Ainda há pouco era Verão e já é Dezembro de novo, com o Natal à porta. O tempo passa depressa demais e a vida é curta. Pequenos momentos podem ser grandes momentos, só mais tarde nos damos conta como pequenas coisas eram tão grandiosas.





segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Quando não se tem aquilo que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.

Eça de Queiroz





José Maria Eça de Queirós
(25 de novembro de 1845 - 16 de agosto de 1900)


domingo, 10 de novembro de 2024

Gal Costa - Um Dia De Domingo

Eu preciso te falar
Te encontrar de qualquer jeito
Pra sentar e conversar
Depois andar de encontro ao vento
Eu preciso respirar
O mesmo ar que te rodeia
E na pele quero ter
O mesmo sol que te bronzeia
Eu preciso te tocar
E outra vez te ver sorrindo
E voltar num sonho lindo
Já não dá mais pra viver
Um sentimento sem sentido
Eu preciso descobrir
A emoção de estar contigo
Ver o sol amanhecer
y ver a vida acontecer
Como um dia de domingo
Faz de conta que ainda é cedo
Tudo vai ficar por conta da emoção
Faz de conta que ainda é cedo
E deixar falar a voz do coração




quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Texto escrito há mais de uma década, ligeiramente atualizado porque o sentimento é o mesmo...

Quem disse que a idade está na cabeça?  Às vezes é o corpo que manda, ou não?



Quem disse que  a idade está na cabeça? É que às vezes, ou a maior parte das vezes, o corpo  é quem manda. A cabeça bem quer ser jovem, mas o corpo não  deixa.

Há dias em que me levanto e a minha cabeça me diz que tenho 30 anos e eu levo um daqueles dias, cheio de afazeres, ginásio, vida doméstica, netos, num corre, corre, cheia de energia e depois no final do dia o meu corpo lembra-me que já não tenho 30, nem 40, nem 50, nem 60. É um desmancha prazeres, é isso que ele é, custava-lhe alguma coisa deixar-me viver na ilusão mais algum tempo.

E depois se dói aqui ou ali, a culpa é do tempo, porque é uma grande instabilidade, ora faz frio, ora faz calor, mas eu quando tinha 30, o meu corpo não dava pelas mudanças bruscas de temperatura. O meu corpo nem se importava com o que a cabeça pensava, porque se sentia bem na sua plenitude. Sentia-se forte, cheio de energia, sempre pronto para mexer, era um aliado à juventude da cabeça.

Agora está de costas voltadas com a cabeça, já nem quer saber se ela quer ter 30, 40 ou 50.

Às vezes faz-lhe a vontade e deixa-a gozar aquela sensação de “eu quero, eu posso, eu faço”, mas depois prega-lhe a partida e pergunta-lhe:

"julgas-te nova não é, estás esquecida que os 30, os 40 e os 50 já lá vão,  então toma lá uma dorzita para te lembrares, deixa cá ver onde vai ser, pode ser na zona lombar; e aviso-te já, se continuas a abusar, amanhã vai doer-te a cervical também".

E depois dizem que a idade está na cabeça. Só se for com muita persistência para conseguir a ultrapassar a má vontade do corpo em relação a isso. Tenho que o contrariar, mas neste momento está difícil.

Tenho que ir gerindo esta relação "amor ódio entre a cabeça e o corpo". 


 

Maria Dias

Publicado no livro

“Hoje não te posso Abraçar”

 



sábado, 12 de outubro de 2024

domingo, 4 de agosto de 2024

A Morte

 

 

Ela chega de mansinho

sempre sem avisar,

vem devagarinho

para todos surpreender,

e, se chega devagar,

vai embora a correr

 

Tinhamos esquecido

que temos de morrer

e, quando o homem

fala da eternidade

é como um cego

que não quer ver

que a morte é natural

e não tem rival…

 

 

Não sei se é para a dor amenizar

ou na breve esperança de um dia

abraçar os que partem primeiro

que ainda queremos acreditar

nessa possível eternidade

que nos alimenta a saudade

e que nos dá um céu inteiro




(Homenagem às minhas primas

Paula (faleceu a 25 Abril 2024)

Isabel (faleceu a 02 Agosto 2024)

 

quarta-feira, 31 de julho de 2024

Desencontros da vida

 

Quando não há "tempo nem dinheiro" para viajar enquanto somos novos

Depois por vezes as forças faltam e dá nisto 😃



terça-feira, 30 de julho de 2024

A Amizade

 

 

Pudera eu ter o dom de um poeta

ou de um músico…

para poder colocar em verso e melodia

o sentimento da amizade…

Como eu gostava, como eu queria

poder defini-lo e transcrevê-lo

esse sentimento da verdade

 

A amizade é um sentimento

tão único e especial,

troca, amor, cumplicidade

é afeto, é respeito, é vital,

é carinho e honestidade

 

A amizade duplica a alegria

e divide as tristezas,

é uma completa melodia

que diminui as distâncias

fortalece as certezas

e ultrapassa todas as ânsias…

 

A amizade, sim, a amizade

é uma troca repartida

de uma cumplicidade,

é a doce canção da vida

é a poesia da eternidade!

 

MD

2012




 

 

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Conto

 

LUANA


Naquela aldeia pacata, os dias decorriam sempre iguais. Parece que nada acontecia.

Quando se começou a comentar que a ti Albertina ia receber a visita de uma sobrinha, à curiosidade, juntaram-se as conversas no adro da igreja: 

- “Atão parece q’uma sobrinha da ti Albertina vem cá à terra”

- “Eu cá na sei bem, mas ouvin dinzer que sim. Vem tomar conta da velhota que já na sabe muito bem o que faz”

- Atão, mas vem viver cá prá terra?

- Na sei, mas tamém ouvin dinzer, ca rapariga na é lá muito boa da cabeça

- Ás tantas o vizinho da ti Albertina ainda se vai embeiçar pela rapariga...

- O vizinho da ti Albertina? Quem?

- Aquele que faz móveis, o carapinteiro, o que é solteiro

- Ah esse, o Joaquim

- Ora ora, atão mas vocemessê na diz ca rapariga na é la muito boa da cabeça, Quem vai querer uma rapariga assim, para casar?”

 E os rumores corriam, como conversas animadas, entre os velhotes da aldeia.

Passados uns dias, a Luana chegou à aldeia. Assim se chamava, porque nasceu em noite de Lua Cheia. E na verdade, Luana andava sempre com a cabeça na Lua. Era uma rapariga estranha, tímida, e que apreciava a solidão.

Com a morte da mãe, tinha ficado sozinha na grande cidade e só lhe restava aquela tia, a Albertina. Por isso, decidiu viajar até casa da tia, até à aldeia, até ao sossego, que ela tanto apreciava.

Era uma rapariga franzina, de poucas falas, sempre alheia a tudo o que a rodeava; usava óculos de lentes redondas que lhe ampliavam o olhar, conferindo-lhe um ar ainda mais estranho.

Quem estava contente era a ti Albertina, já que passava a ter companhia e assim acabava-se a solidão.

Luana instalou-se então de vez, em casa da tia. Não demorou muito para que as gentes da aldeia confirmassem que a rapariga não era “normal”, como se dizia, é que, parece que adivinhava as coisas, se calhar era “Bruxa”. E foi assim que começou a ser conhecida: A Bruxinha

Na verdade, Luana desde pequenina que pressentia coisas que iam acontecer.

Tinha sonhos que mais tarde se concretizavam, ou pressentimentos de factos que acabavam sempre por acontecer.

Quando ia à Igreja era olhada de lado, mas a sua postura era a de uma rapariga desejosa de se mostrar à vontade, e não como uma rapariga na posse de tudo o que escapa aos seres humanos normais.

Os dias foram passando. Luana tomava conta da casa, já que a tia não tinha mais cabeça para o fazer. E gostava de passear pelos montes, isolando-se, como era seu costume.

Até que andava feliz, porque deixara de ter “aquelas coisas, aqueles avisos”, como ela lhes chamava. Assim sentia-se mais à vontade e mais “normal”.

Corria o rumor das suas “Adivinhações”, como dizia o povo, mas o que é facto é que, ainda ninguém dera por nada.

Na aldeia surgia algo para quebrar a monotonia. Obras no telhado da Igreja. Então para esquecer um pouco as conversas sobre Luana “A Bruxinha”, os homens ficavam sentados à sombra a ver como decorriam os trabalhos. A Igreja, quase sem telhado, dava motivo de curiosidade a quem passava.

Para Luana os dias seguiam calmos. O pior mesmo, eram as noites. Qualquer ruido ganhava uma qualidade excessiva, as sombras oscilavam sem motivo e, sozinha no quarto, ela sucumbia aos pesadelos.

Naquele Domingo e àquela hora já a Igreja estava cheia de gente, quando recomeçou a chover torrencialmente.

Começara a chover na tarde do dia anterior. Subitamente, o dia quente escureceu e o céu começou a aplaudir e a roncar. As obras pararam.

Luana sentia-se agitada, sem razão aparente. As noites até então, límpidas e inundadas de ócio e de soturna expectativa, deram lugar a noites longas e exaustas. A exaustão era uma lente através da qual, ela tinha a tendência para olhar a vida como um fracasso e, ver para além dela, com uma postura crua, hipersensível. Talvez fosse uma perceção ultrassensível, mas algo se anunciava na sua mente. Só não sabia o quê.

A tia, pressentindo a sua agitação, tentou saber o que se passava. Mas Luana encolhia ligeiramente os ombros, parecendo estar a dissimular a sua expressão, de modo a denunciar os seus pressentimentos, o menos possível.

Naquela noite, voltou a agitação e foi então que sonhou com uma tempestade enorme, vendo a Igreja cheia de gente. Avistou um corvo, que a assustou verdadeiramente. Sabia que não era um bom agoiro. Já tinha ouvido dizer que os corvos não deixam que um dos seus morra sozinho, cheirava-lhe a morte.

Acordou com suores frios e incapaz de se levantar com a agilidade do costume. E o pior é que era Domingo, dia de ir à missa. O tempo não ajudava, as nuvens cada vez mais densas, conferiam à aldeia uma atmosfera de crepúsculo invernal.

A tia ia ficar em casa, porque a chuva recomeçava a cair e o céu continuava a roncar.

Luana saiu para a rua. Apertou o casaco, o vento era forte, enfiou ainda mais as mãos nos bolsos do casaco e precisou de todas as suas forças para manter o equilíbrio. Seguiu o caminho sem saber como, sempre com um tremor no lábio inferior, debatendo-se para controlar a respiração irregular.

A chuva continuava a açoitar as ruas, agora desertas e encharcadas, apenas a sua silhueta sombria se dirigia para a Igreja, determinada a impedir a desgraça que pressentia estar iminente. A água engrossava e os trovões rasgavam o céu, e os relâmpagos iluminavam a rua. Era assustador.

Luana conseguiu chegar à Igreja e ficou em estado de choque, sem disso ter a noção, ao ver a igreja cheia de gente. Tinha que mandar sair aquela gente antes que a desgraça se concretizasse. Mas ninguém lhe daria ouvidos, ela sabia-o.

O céu por cima da Igreja ribombou ameaçadoramente, dando lugar a uma impressionante tempestade. A chuva a cair em cima da chapa provisória fazia um ruido assustador.

Impulsionada pela ambivalência do medo que a apavorava, e pela força da sua coragem, aturdida, desatou a gritar:

- Fujam, fujam, fujam rápido que o telhado vai cair 

As pessoas assustadas, impulsivamente, desataram a correr para fora da Igreja, esquecendo a chuva que caía. Em boa hora o fizeram, porque não demorou muito a que o telhado desabasse….

No meio daquela confusão, Luana correu para casa. A sua missão estava cumprida. Agora sentia um alívio que lhe enchia a alma de felicidade. Tinha conseguido impedir aquela desgraça, prevista em sonho.

No dia seguinte, o céu acalmou a sua raiva, as nuvens partiram, a chuva deu lugar a um Sol radioso; as obras voltaram a arrancar.

Na aldeia não se falava noutra coisa a não ser de Luana e do seu grito que os salvou de terem ficado debaixo do telhado.

Luana passara de bruxa a heroína daquela aldeia. Mas a palavra “Heroína” nada significava para a rapariga. Significava sim, e muito, o facto de lhe terem agradecido.


MD

2016



sábado, 29 de junho de 2024

O tempo (Desabafo)

Hoje acordei e tive a sensação de não estar no Verão e questionei-me, que dia é hoje? 29 de Junho? O tempo não está de acordo com o calendário e até esquecemos que o Julho está à porta.

Mas que velocidade é esta? Julho, Agosto e Setembro e acabou o Verão. O que se passa com o tempo que corre velozmente ou será da idade que dá essa sensação?

 

São os relógios que medem o tempo? Ou seremos nós?

 

O tempo passa devagar quando esperamos, o tempo corre quando estamos atrasados, o tempo é lento quando estamos tristes, o tempo é curto quando estamos felizes, o tempo não tem fim quando vivemos com dor, o tempo é longo quando estamos aborrecidos.


Em cada minuto da nossa vida, o tempo é determinado pelos nossos sentimentos e pelo nosso estado de espírito.

 

Afinal, será que o tempo não é medido pelos relógios?





 

terça-feira, 11 de junho de 2024

11 de Junho 2024

 

 

Faz hoje 6 anos que me fizeste conhecer a felicidade de ser avó.

 

Parabéns meu amor, para ti desejo que possas abraçar o mundo com muita alegria e que saibas ser feliz.





quinta-feira, 30 de maio de 2024

Dia da criança - todas as crianças deveriam ter o direito a sorrir

 A inocência é uma criança

de mãos abertas para o mundo

com olhar de esperança

e com um amor profundo

 

É a doçura na relação humana

falar sem pensar, amar sem restrição,

fruto da inocência que dela emana,

é possuir um mundo de imaginação

 

Na inocência de uma criança

há tanta esperança a nascer,

tanto carinho e confiança,

vontade e razão de viver

 

Pleno mar de ternura

olhos cheios de candura

de uma inocência sem fim,

como sinto saudades

daquela criança em mim

 

 


MD

Do livro Abraço-te

 

 

domingo, 26 de maio de 2024

 ENQUANTO TEUS PAIS ENVELHECEM, DEIXA-OS VIVER …

“Deixa-os envelhecer com o mesmo amor que eles te deixaram crescer … deixa-os falar e contar repetidamente as histórias com a mesma paciência e interesse que eles escutaram as tuas quando eras criança … deixa-os vencer, como tantas vezes eles te deixaram ganhar … deixa-os conviver com os seus amigos, conversar com os seus netos … deixa-os viver entre os objetos que os acompanharam ao longo do tempo para não sentirem que lhes arrancas pedaços das suas vidas … deixa-os enganarem-se, como tantas vezes tu te enganaste … DEIXA-OS VIVER e procura fazê-los felizes na última parte do caminho que lhes falta percorrer, do mesmo modo que eles te deram a mão quando iniciavas o teu.”



quarta-feira, 22 de maio de 2024

Recordando o poema do meu livro "Abraço-te"

 Dizem que no dia 22 de Maio se comemora o dia do abraço.

Mas um abraço não tem dias, não tem horas, tem momentos!

Abraço o mundo
esse mundo inteiro
que cabe no meu olhar
e, num sentimento profundo
sonho e, até ouso voar

Abraço as palavras
no oásis do meu silêncio
a vida suspensa num sentir
preenche esse vazio
e, simplesmente deixo-me ir
e apenas
as palavras rasgadas
em gritos contidos
me dão “tudo” dos nadas
e se transformam em
abraços unidos
Abraço o mundo




segunda-feira, 20 de maio de 2024

Recordar Desabafo de 20/5/2021

 

Às vezes pomos a vida em suspenso como se estivessemos à espera de atingir uma determinada meta para vivermos mais em pleno e esquecemos de ser felizes. 

E é assim que o tempo passa e não o aproveitamos na sua plenitude, e é assim que por vezes já nem chegamos a tempo de atingir essa meta, e é assim que nem somos felizes.

Estranha forma esta que temos de viver.

Vale a pena tentar contrariar esta tendência, vale a pena saborear as pequenas coisas do dia a dia, vale a pena tentarmos ser felizes o mais cedo possível e o mais tempo possível.

 A vida é para ser vivida com intensidade e como se cada dia fosse o último.

 Nem sempre é fácil, mas devemos tentar.

 

 MD

19 de Maio de 2021




segunda-feira, 6 de maio de 2024

Recordar um poema escrito para a minha mãe em 2012

 Mãe

O passado vai-se apagando
Não sei se ocorrerá comigo
Um dia perder os sentidos,
Como se passa contigo,
Que já esqueces os tempos idos…..
Por isso, passeio por minha memória,
ainda intacta,
E antes que ela se apague,
Quero escrever a minha história.
Se tu te esqueceres o meu nome
Não me zango contigo, e vou-me lembrar
De ter paciência, dar-te apenas carinho
Tu não tens culpa da mente se apagar.
Fizestes amigos nessa vida corrida
Guardaste lembranças num arquivo,
E hoje…esse arquivo contaminado
Perde detalhes de uma vida vivida,
Impossíveis de recuperar
Fazendo esquecer todo um passado.
Eu sei que jamais recuperarás a tua auto estima,
A sombra da noite vai cair como densa cortina
Cegará não apenas a tua visão…
Levará muito mais: A nossa doce ilusão.
Não terás controle sobre teus pensamentos,
Agora eu sei que será um tormento….
Não reterás por mais que breves segundos…
E mergulharás no esquecimento.
Quando tudo isso acontecer já terás partido
Recordarei por ti, e de ti não me vou esquecer
Pois essa mulher que em tempos dizia
Eu amo-te,
Partirá deste mundo sem saber.
E quando esse dia chegar…
Quando tu me perguntares
Quem és tu?
Eu apenas vou sorrir
E te vou abraçar,
Porque tu és minha mãe,
E mesmo que te esqueças,
Eu sempre te vou amar!