A propósito do artigo abaixo, lembrei-me deste poema feito em 2013:
Ter connosco próprios uma relação
É muito importante nas nossas vidas
E quer nós acreditemos, ou não,
Só depois de nos aceitarmos
Como seres individuais,
Conseguimos estar prontos
Para uma relação a dois,
A solidão é aquele tempo
Que no agora e no depois
Nos leva e convida
Para aquele momento
Aquele instante da vida
De enfrentar o nosso Eu
E entender o sofrimento
Em que o mundo é meu,
Só assim nos preparamos
Só assim nos superamos,
Só assim nos encontramos
Para em equilíbrio escolher
O caminho a percorrer!
É muito importante nas nossas vidas
E quer nós acreditemos, ou não,
Só depois de nos aceitarmos
Como seres individuais,
Conseguimos estar prontos
Para uma relação a dois,
A solidão é aquele tempo
Que no agora e no depois
Nos leva e convida
Para aquele momento
Aquele instante da vida
De enfrentar o nosso Eu
E entender o sofrimento
Em que o mundo é meu,
Só assim nos preparamos
Só assim nos superamos,
Só assim nos encontramos
Para em equilíbrio escolher
O caminho a percorrer!
Maria Dias.
2013
2013
Basta de relações tóxicas!
Muitas vezes, preferimos estar mal acompanhados do que sós. Na verdade, estamos sós ao estarmos mal acompanhados. Basta de relações tóxicas!
Texto de Carlos Daniel Barros • 07/12/2015 - 16:44
É um tema sempre presente e polémico: porque é que tanta gente continua a ter relações amorosas que, na verdade, são tóxicas? Na maioria dos casos a resposta é: temos medo de ficar sozinhos. Vejamos.
A solidão está longe de ser uma problemática que se associa à terceira idade, como geralmente se pensa. Planta-se cada vez mais aqui e ali, sobretudo num contexto cada vez mais individual, de competitividade, com o tempo voltado para o trabalho (ou procura dele) e com um sentimento sôfrego de que temos de estar desapegados de tudo e de todos porque a rotação exacerbada da sociedade assim o exige, para que tenhamos mobilidade.
Assim, a solidão ataca jovens, adultos, idosos e, de uma maneira ou outra, torna-se um flagelo crescente. Neste contexto de medo das alterações e perdas bruscas, vão surgindo relações amorosas que parecem, de alguma maneira, preencher o vazio emocional e repor alguma segurança por se ter um porto seguro, mesmo que aparente. Então surge o problema: muitas não são minimamente pensadas e verificam-se como relações de domínio, onde se manifestam sentimentos de posse, sem análise mútua de compatibilidade de valores e planos de vida e, por fim, com base no dogma clássico de que alguém, para ser feliz, precisa, inevitavelmente, de ter alguém a seu lado.
Mentira. São apenas valores culturalmente veiculados; podemos ser felizes com alguém, mas podemos muito bem ser felizes sozinhos. Desconstruamos os mitos que nos foram transmitidos de que, só aos pares, é que a vida funciona. Não! Funciona à unidade, aos pares e seja como for, desde que os intervenientes se sintam felizes. Isto de se ser feliz, seja na forma que for, combate implacavelmente a solidão. Mas não haverá nada melhor do que estarmos bem na nossa própria pele. A felicidade também não reside no isolamento numa gruta, mas talvez em sairmos dela ao encontro de pessoas porque temos capacidade para dar e receber amor e não apenas porque nos sentimos mais seguros com alguém ao lado.
A toxicidade de se viver relações que nos fazem mal mas que nos dão a ideia de comodidade emocional, são – metaforicamente – tão tóxicas quanto a poluição atmosférica: vivemos com ela, sabemos que existe mas, mais tarde ou mais cedo, vamos sofrer as consequências.
Liberdade e amor, para connosco próprios.
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