terça-feira, 8 de dezembro de 2015



A propósito do artigo abaixo, lembrei-me deste poema feito em 2013:

Ter connosco próprios uma relação
É muito importante nas nossas vidas
E quer nós acreditemos, ou não,
Só depois de nos aceitarmos
Como seres individuais,
Conseguimos estar prontos
Para uma relação a dois,
A solidão é aquele tempo
Que no agora e no depois
Nos leva e convida
Para aquele momento
Aquele instante da vida
De enfrentar o nosso Eu
E entender o sofrimento
Em que o mundo é meu,
Só assim nos preparamos
Só assim nos superamos,
Só assim nos encontramos
Para em equilíbrio escolher
O caminho a percorrer!







Basta de relações tóxicas!

Muitas vezes, preferimos estar mal acompanhados do que sós. Na verdade, estamos sós ao estarmos mal acompanhados. Basta de relações tóxicas!
Texto de Carlos Daniel Barros • 07/12/2015 - 16:44
É um tema sempre presente e polémico: porque é que tanta gente continua a ter relações amorosas que, na verdade, são tóxicas? Na maioria dos casos a resposta é: temos medo de ficar sozinhos. Vejamos.

A solidão está longe de ser uma problemática que se associa à terceira idade, como geralmente se pensa. Planta-se cada vez mais aqui e ali, sobretudo num contexto cada vez mais individual, de competitividade, com o tempo voltado para o trabalho (ou procura dele) e com um sentimento sôfrego de que temos de estar desapegados de tudo e de todos porque a rotação exacerbada da sociedade assim o exige, para que tenhamos mobilidade.

Assim, a solidão ataca jovens, adultos, idosos e, de uma maneira ou outra, torna-se um flagelo crescente. Neste contexto de medo das alterações e perdas bruscas, vão surgindo relações amorosas que parecem, de alguma maneira, preencher o vazio emocional e repor alguma segurança por se ter um porto seguro, mesmo que aparente. Então surge o problema: muitas não são minimamente pensadas e verificam-se como relações de domínio, onde se manifestam sentimentos de posse, sem análise mútua de compatibilidade de valores e planos de vida e, por fim, com base no dogma clássico de que alguém, para ser feliz, precisa, inevitavelmente, de ter alguém a seu lado.

Mentira. São apenas valores culturalmente veiculados; podemos ser felizes com alguém, mas podemos muito bem ser felizes sozinhos. Desconstruamos os mitos que nos foram transmitidos de que, só aos pares, é que a vida funciona. Não! Funciona à unidade, aos pares e seja como for, desde que os intervenientes se sintam felizes. Isto de se ser feliz, seja na forma que for, combate implacavelmente a solidão. Mas não haverá nada melhor do que estarmos bem na nossa própria pele. A felicidade também não reside no isolamento numa gruta, mas talvez em sairmos dela ao encontro de pessoas porque temos capacidade para dar e receber amor e não apenas porque nos sentimos mais seguros com alguém ao lado.

A toxicidade de se viver relações que nos fazem mal mas que nos dão a ideia de comodidade emocional, são – metaforicamente – tão tóxicas quanto a poluição atmosférica: vivemos com ela, sabemos que existe mas, mais tarde ou mais cedo, vamos sofrer as consequências.

Liberdade e amor, para connosco próprios.

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