terça-feira, 18 de novembro de 2025

Memórias - 18 de Novembro de 2020






Foi assim que decorreu o lançamento do meu livro, cujo título se enquadrava mesmo nos tempos difíceis e estranhos: "Hoje não te posso abraçar"







quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Há textos que nos ficam no coração.

 

“Neste outono, as pedras agasalham-se no cobertor
do musgo; e o barro bebe a água; e o vento viaja rente
aos muros. Mas eu, sem ti, deito-me gelada sobre a cama
e digo palavras que queimam a boca por dentro ― amor,
saudade, o teu nome e os nomes das coisas que tocaste
(e sobre as quais deixo crescer o pó, para que os dias
não se decalquem sempre de outros dias). Fecho os olhos
depois sobre a almofada e vejo o rosto branco da casa
desenhar-se à medida da tua ausência: as janelas abrem-se
para a solidão dos becos e há um farrapo de luz sobre a porta
a que ninguém virá bater. Pergunto-me onde anda a tua
sombra quando aqui não estás. E tenho medo. São estes
os solavancos de uma vida pequena ― bordar uma toalha
para logo a manchar de vinho, sentir a ferida na distância
do punhal, viver à espera de uma dor que há-de chegar.”

Maria Do Rosário Pedreira, in "Poesia Reunida”






quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Quanto tempo me falta

 

                   

  

dei conta que tenho menos anos para viver

do que os que já vivi até agora,

é uma realidade à qual não posso fugir

mas ainda quero seguir por aí fora.

 

 sinto me grata pelo que já vivi,

agora resta-me tentar viver mais intensamente

não como aquela criança que abre um pacote de doces

e que os primeiros come avidamente,

mas como aquela que já os saboreia de uma forma  diferente

porque sabe que já restam poucos.

 

talvez seja por isso que hoje aprecio tanta coisa

a que não dava tanta importância,

coisas simples que se tornaram grandiosas,

coisas que me dão tanto prazer

e por isso  passaram a ser preciosas

 

 

Maria Dias

Setembro 2025




segunda-feira, 15 de setembro de 2025

15 de Setembro de 1765 nasce em Setúbal o grande poeta Bocage

 Mais conhecido pelas suas anedotas brejeiras, Bocage foi um grande poeta Português. 

Recordo esta delícia





Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal.
Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação.

Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar saltar o muro com os seus amados patos, disse-lhe:

-Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando os meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.

E o ladrão, confuso, diz:
-Doutor, afinal levo ou deixo os patos?



quinta-feira, 11 de setembro de 2025

A minha gratidão a todos os bombeiros - 11.Set. Dia nacional do Bombeiro

 

A ti bombeiro

Que tens a garra e a coragem

de enfrentar o perigo e a morte

com uma bravura selvagem

muitas vezes escapas por sorte

 

A ti bombeiro

Que tens todo o direito

ao nosso reconhecimento

mereces todo o respeito

num profundo sentimento

 

A ti bombeiro

Forte e destemido

nem sempre lembrado

nem sempre agradecido

aqui deixo o meu obrigado

 

 


 

 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Pensamento do dia

 

Gostaria que o poder do amor vencesse na paz e união dos povos o poder e a ganância que os divide.

 


quinta-feira, 24 de julho de 2025

 



 

Não faço mais planos na minha vida

porque ela, a vida, é que os quer fazer,

julga-se de todo a mais entendida,

e por vezes só nos quer surpreender

 

Tudo temos que saber enfrentar

e estar preparados para as mudanças,

mas nem sempre conseguimos superar,

desesperamos, perdemos as esperanças

 

Na vida nada é eterno, nada é permanente

hoje chove, amanhã o Sol de novo brilhará,

eu quero continuar a viver e ser crente

de que ela é bela e a felicidade voltará

 

 

Maria Dias

Março 2013