segunda-feira, 30 de março de 2020
domingo, 29 de março de 2020
Antigamente era assim...(assim contavam os meus pais)
No bairro havia uma
taberna
que servia de
carvoaria
uma capelista e uma
padaria
um lugar de frutas e
legumes
e uma grande mercearia
Na taberna
comprava-se o vinho
da adega cooperativa
levava-se a garrafa
a encher
ou ía o pai, ou o
filho sozinho,
porque a mãe tinha
mais que fazer
No Inverno
comprava-se
carvão em brasa,
para aquecer as
braseiras
de cada casa
as braseiras das
camilhas
algumas feitas de
croché
com agulhas de metal
que serviam também
para as colchas e
naperons
a enfeitar o
pechiché...
sim, porque o normal
era a dona de casa
fazer sempre o seu
tricô
enquanto as crianças
jogavam o iô-iô…
Os rapazes jogavam futebol
com uma bola de
trapos,
enquanto as
raparigas
limpavam os pratos
Na capelista
compravam-se
as linhas, agulhas e
botões
coisas de costura….
porque as lojas de
pronto a vestir
eram raras
e só os ricos lá
podiam ir
porque eram caras.
Na mercearia
compravam-se
secos e molhados
tudo era pesado na
balança
e para os pobres
havia os fiados,
compravam açúcar
a prestações,
pagavam no final do
mês
quando recebiam
os ordenados.
Na padaria
compravam-se
carcaças com maminha
amassadas à mão,
e bolos feitos de
farinha
que mais pareciam
pão,
porque os bolos
finos
eram vendidos na
pastelaria,
os éclairs,
mil-folhas,
de tamanha iguaria
para derreter o
coração.
Nos cafés havia
estudantes
que se sentavam a
estudar
e velhos a ler o
jornal…
um café, um bagaço,
um cigarro de
enrolar,
num silêncio total
Ouvia-se na rua
o gemido dos
eléctricos
ou os autocarros da
carris
a resfolegar,
num som banal…
mais parecendo um
som
de embalar
Não havia
televisões,
havia tempo…
fumavam-se cigarros
enrolados
ou cachimbo,
algumas tertúlias ….
para entreter os
corações
Telefonava-se das
cabines telefónicas
pois não existiam
telemóveis,
e na oficina
consertava-se tudo…
desde frigoríficos,
fogões
radios e até móveis
No sapateiro
punham-se meias solas
havia um par de
sapatos de Inverno
e outro de Verão,
davam-se facilmente
esmolas
assim pedia o nosso
coração
Era assim a classe
média
a classe “remediada”,
não sentia falta do
que
não existia… para nada....
sexta-feira, 27 de março de 2020
Dia mundial do teatro - 27 de Março
A
vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore,
dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine
sem aplausos.
São
aqueles momentos
do
faz de conta
que
nos transportam
ao
mundo da fantasia,
ora
nos dão alegria
ou
tristeza, pouco importa
são
momentos de sonho
doces
ilusões
batem
os corações,
miscelânea
de emoções,
em
que a realidade
se
confunde com a teatralidade,
a
vida essa,
pode
ser representada
idealizada
retratada
mas
nunca alterada...
e,
quando o pano fechar,
os
sonhos ficam para trás
e
a vida vai continuar!
27.Março.2012
quinta-feira, 26 de março de 2020
terça-feira, 24 de março de 2020
Covid 19 - Desabafo
Eramos felizes e não sabíamos.... agora
sentimos falta das coisas mais simples do dia-a-dia, às quais não dávamos
valor. Até daquelas que tanto reclamávamos e que agora não podemos fazer.
E o Sol brilha lá fora, os pássaros continuam
a chilrear indiferentes, as flores florescem, afinal é Primavera.
Uma Primavera adiada nas nossas vidas, a
preocupação transparece nos nossos olhares, a ansiedade, muita ansiedade
reflecte-se em nós, mas a esperança, essa continua cá dentro, mesmo que seja
muito pequenina, a lembrar que a
Primavera vai esperar por nós e que a vida, um dia vai continuar e se não for
igual ao que era, pelo menos que a
humanidade tenha aprendido alguma coisa.
24.Março.2020
segunda-feira, 23 de março de 2020
Deixa-me ser outra vez criança
dá-me
a inocência de volta
entrega-me de novo a esperança
deixa a minha alma à solta
Porque quero voar nas asas da
imaginação
dá-me a vida, dá-me o mundo
enche-me de amor o meu coração
para sentir o que há de mais profundo
Dá-me um futuro novo, um futuro de paz
deixa-me continuar a correr, a brincar
e de sonhos me quero vestir, a cor
tanto faz
apenas quero ser feliz, deixa-me sonhar!
Março 2016
sábado, 21 de março de 2020
Desabafo
Esta tarde resolvi alhear-me um pouco do que estamos a viver, e
recordar o filme África Minha.
À noite,
claro liguei a televisão para ver o telejornal para me actualizar nas noticias. Quando me deparei com a realidade de Itália
(Bergamo), tive a sensação de estar a ver um filme de ficção e de terror... O
pior é que este filme não tem a duração de 2 ou 3 horas, parece uma novela
interminável, e não com um final feliz.
Com um nó na garganta, quero voltar ao filme
África Minha.
21.Mar.20020
Maria Guinot - Silêncio e Tanta gente
É isso mesmo:
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou
Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar
Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou
Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar
Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou
sexta-feira, 20 de março de 2020
quinta-feira, 19 de março de 2020
sexta-feira, 13 de março de 2020
A fragilidade humana
Por motivos e casualidades várias, ao longo da vida e
das experiências, vamos adquirindo uma consciência clara de que o ser humano é muito
frágil. Mas há momentos na nossa vida em
que sentimos mais essa fragilidade e impotência perante as adversidades que
surgem no nosso caminho.
Sabemos também que o ser humano tem a capacidade de
fazer a diferença. Sabemos isto, mas gastamos recursos humanos e materiais
destruindo o que temos, o que criámos e o que podíamos deixar para as gerações
futuras. Gastamos esses recursos em
conflitos, em guerras, em jogos de poder, quando poderíamos investir tudo
aquilo de que dispomos no avanço da ciência, do conhecimento e no investimento
na pessoa humana, nos seus habitats, de forma a superar as doenças, a privação,
a ignorância e a defender-nos das catástrofes naturais.
Remete-nos à reflexão importante sobre o modo de ser do homem
contemporâneo. Cada vez mais vivemos numa sociedade da técnica, sociedade esta,
digitalizada, em que tudo parece previsível, passível de transformação
numérica. E é justamente no íntimo dessa convicção sobre o exato, sendo
induzidos a uma ilusória segurança absoluta, que o inesperado faz sua
intromissão devastadora, deixando marcas na história da humanidade. E aí é
terrível lembrar que a vida humana é tão frágil....
O reconhecimento da fragilidade e da vulnerabilidade
humanas faz-nos perceber mais claramente a interdependência dos humanos.
Precisamos uns dos outros...
A
vulnerabilidade e a fragilidade humana fazem-nos pensar que deveríamos todos, concentrar
os nossos esforços na preservação e na dignificação da vida humana.
13 de
Março de 2020
terça-feira, 10 de março de 2020
Silêncio
Há dias em que as "palavras"
não chegam para expressar
os sentimentos,
fica o silêncio.....
Obrigado pelas palavras Maria Dias..
In "Abraço-te"
Obrigada Paulo Rocha pela tua partilha (Memoria de Março 2017)
segunda-feira, 9 de março de 2020
Faz hoje 3 anos - "Abraço-te"
Abraço
o mundo
esse
mundo inteiro
que
cabe no meu olhar
e, num
sentimento profundo
sonho
...e até ouso voar...
Abraço
as palavras
no
oásis do meu silêncio
a
vida suspensa num sentir
preenche
esse vazio
e,
simplesmente deixo-me ir
e
apenas...
as
palavras rasgadas
em
gritos contidos
me dão
“tudo” dos nadas
e se
transformam em
abraços
unidos
Abraço
o mundo
In “Abraço-te”
MD
sábado, 7 de março de 2020
Dedicado às mulheres que sofreram a diferença, que lutaram pela sobrevivência, para que nunca sejam esquecidas..
Há
mulheres que lutam ....
ontem
lutei para ser gente
lutei
para ser independente
lutei
para me expressar
ontem
lutei para votar
hoje
luto para ser inteligente
luto
para ser diferente
luto
para ser profissional
hoje
luto para não ser banal
luto por tudo e por nada
por
isto e por aquilo num vai vem..
luto
para ser amiga, namorada
menina,
esposa, amante e mãe
a luta num rodopiar...
ontem lutei
hoje luto
e continuarei a lutar
Lutarei se eu quiser
porque sou Mulher
Maria Dias
2017
sexta-feira, 6 de março de 2020
O amor e a cumplicidade
O meu nome é Cumplicidade, um bocado estranho não
acham? Sei lá porque me chamaram assim. Só sei que todos gostam de mim e eu
gosto de toda a gente, mas de quem eu mais gosto é do meu Amor.
Naquele dia estava eu muito bem sentada, à espera
que o Amor chegasse. E já desesperava de tanto esperar, mas porque tardaria
ele? O melhor mesmo era escutar aquela canção e lá me deixei embalar….. lá la
lá….”o Amor”, as palavras da canção
explodem-me na cabeça…. sei lá o que querem dizer …será que conhecem o meu Amor?
Mas depois falam em afeição, amizade, carinho, fraternidade e depois dizem que
tudo se resume ao Amor. Então mas conhecem o meu Amor? Assim a gritarem bem
alto o seu nome. Estranho… o meu Amor
assim tão conhecido.
E eis que ele chega, apressado, e ostentando
aquele ar de luminosa serenidade me beija afectuosamente como só ele sabe
fazer. Não interessava saber porque tinha tardado, interessava sim que estava
agora a meu lado, proporcionando momentos de uma proximidade serena, e ele
dizia-me baixinho: só contigo “Cumplicidade” sinto esta paz e harmonia.
O Amor e a Cumplicidade são felizes, e são
felizes para sempre como nos livros, enquanto os dois viverem lado a lado.
M D
segunda-feira, 2 de março de 2020
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