terça-feira, 30 de agosto de 2016

Hoje, talvez por estar com pouca paciência, lembrei-me de um soneto feito em 2012....


A minha amiga paciência
Veio para me ajudar,
Instalou-se numa dormência
Pedi-lhe para comigo ficar.

Quero que me ajudes a manter
O meu equilíbrio emocional,
Que não me faças esquecer
De buscar uma calma adicional.

Sei que tens a arte da esperança,
Ultrapassas as dificuldades,
És um porto seguro, meu abrigo,

Com a tua calma e perseverança
Amiga de todas as verdades,

Só me fazes querer ficar contigo!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Neste dia mundial de fotografia (19 de Agosto), recordo a frase de José Saramago:
“Se puderes olhar, vê. Se podes ver, Repara”



Retratos são pedaços da nossa história
Alguns já se distanciam da realidade,
São momentos que ficam na nossa memória
Que vão permanecer até à eternidade.

Retratos são testemunhos, alguns com significado
Que fixaram para sempre aqueles instantes precisos,
Pequenos gestos duma fracção de tempo do passado,
Um registo definitivo de expressões e de sorrisos.

E o que começa por ser um registo da realidade
Poderá passar a ser, não mais do que uma lembrança,
Não mais do que um modo de evitar a distância,
Mas que permanecerá para matar a saudade!



2012

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Mãe, faz hoje 2 anos que partiste, mas continuas tão presente no meu coração, tenho muitas saudades de te abraçar....



Saudade é amor que permanece
É aperto e às vezes até dor
É querer ter o que não se esquece
É o que fica em nós do amor

Saudade não tem cor nem tamanho
É um vazio onde só cabe a lembrança
É um sentimento tão estranho
O seu maior conforto é a esperança

É a luz que ilumina a estrada do passado
Eternizando a presença de quem já partiu
É carinho e amor a ser lembrado
A recordar uma vida que já existiu

A casa da saudade chama-se Memória
É uma cabana singela na rua do coração
Mas nela cabe toda a nossa história
Nem pensar em perdê-la, isso é que não!



O que o espelho me diz.....

Há dias em que o espelho me mente e o que vejo me satisfaz, deve ser porque na minha memória ainda permanecem os traços do antigamente.

Noutros dias fico chocada com a realidade da imagem que tenho à minha frente – um reflexo que pertence a mim mesma e que me diz exactamente o que já perdi – o reflexo de uma imagem de uma mulher madura, em cujos ângulos não resta espaço para a frescura de outrora.

Mas hoje, ao olhar de relance para o meu espelho, a imagem que vi reflectida emergiu perante um foco de luz, e quando ganhou nitidez não era exactamente eu.  Mas era um rosto quase praticamente igual ao meu. A aparente e enganadora imagem era o rosto da minha mãe.

Era difícil de acreditar, mas aquela imagem fez-me estremecer, custava a acreditar que aquela mulher fosse eu. A sua presença  fez-me vacilar “entre o eu e o ela” e  fez-me estremecer quando aquele olhar me acariciava.

Quis fugir dali, mas não fugi. Senti a minha pele a ficar quente e depois fria e a pulsação a latejar-me nas têmporas. Uma série de imagens vertiginosas surgiram na minha cabeça. Havia qualquer coisa extremamente calma no olhar dela mas eu estava em estado de choque obviamente, embora sem ter a noção disso.

O meu coração batia acelerado ao mesmo tempo que aquele rosto se tornava cada vez mais jovem e mais deslumbrante. Eu sabia que na sua juventude, ela fora muito bonita, de longe mais bonita que eu. Extasiada com a sua beleza, foi com surpresa que vi aquela mulher envelhecer numa fracção de segundos -nada dura para sempre- e a doce recordação deu lugar a uma imagem que me arrepia e que quero esquecer, a imagem do seu rosto na hora de partir.

Março 2016





segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Há dois anos, escrito numa noite de insónia

Nas sombras da madrugada
Escuto o silêncio da escuridão
Não tenho relógio nem nada
Senão ouviria o tic tac …
Mas só ouço o meu coração

O meu coração está apertadinho
E quer saltar do meu peito
Tem segundos que geme baixinho
Outros canta, mas do mesmo jeito

Se choras, ao menos embala-me
E leva-me nas asas da fantasia…
Se cantas, ao menos fala-me
De amor, de paz e de poesia

2014



domingo, 14 de agosto de 2016

Há dois anos andava eu com insónias....






Entraste Insónia maldita


Sem ninguém te convidar


O que queres oh desdita


Que eu não queria acordar






Despertas os meus sentidos


Revoltas os meus pensamentos


São momentos perdidos


num turbilhão de sentimentos






Por favor tem dó e vai-te embora


Liberta-me e à minha mente


Deixa-me no aqui e agora


Quero dormir serenamente






Se ao menos a inspiração


Viesse contigo para ficar


Esqueceria de todo a razão


Porque vieste me atormentar


2014

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Recordando um poema que fiz há precisamente 4 anos:

Amei-te demais, para não te odiar,
Talvez porque o amor e o ódio
São irmãos na paixão,
Queria continuar a amar-te
Abrir-te o meu coração
E não mais odiar-te.

Deixei o passado para trás,
E deixei o futuro ser,
Quis mais e mais, aliás
Deixei o futuro acontecer.
Segui os caminhos do coração
Caminhos de coragem,
Esqueci os caminhos da razão
Para enfrentar uma viragem.

A vida é mesmo um risco
E o coração está sempre pronto
Para os riscos enfrentar,
A vida é amor, é confiar
E se não estamos mortos
Desejamos lutar,
Não mais odiar,
Desejamos apenas amar!


Maria Dias

Agosto 2012