segunda-feira, 30 de julho de 2012


Soneto


A minha amiga paciência
Veio para me ajudar,
Instalou-se numa dormência
Pedi-lhe para comigo ficar.

Quero que me ajudes a manter
O meu equilibrio emocional,
Que não me faças esquecer
De buscar uma calma adicional.

Sei que tens a arte da esperança,
Ultrapassas as dificuldades,
És um porto seguro, meu abrigo,

Com a tua calma e perseverança
Amiga de todas as verdades,
Só me fazes querer ficar contigo!


Maria Dias
Julho 2012


sábado, 28 de julho de 2012


O mistério

As palavras daquela canção explodiram-lhe na cabeça. Algo se agitou dentro de si, fechou os olhos e lembrou-se dela….onde andaria? Porque teria partido sem nada dizer?  Encostada à porta, sentiu o sonho, ou melhor um pesadelo, agitar-se dentro de si  como um friso de água surgindo do oceano, avolumando-se numa onda. Nunca iria compreender porque a sua irmã tinha partido sem uma explicação. Deixou que o seu pensamento divagasse por entre as recordações que aquela canção arrebatara aos lugares recônditos da sua memória. Como tinham sido felizes e inseparáveis enquanto crianças, adolescentes e mais tarde mulheres, por isso não entendia o que se tinha passado.

Divagando entre os pensamentos, de repente apercebeu-se que canção acabara e o silêncio profundo tinha-se instalado naquela casa e foi quando lhe pareceu ouvir um barulho vindo do exterior. Parecia-lhe um  gemido, talvez fosse um animal ferido.

Abriu  a  porta  para  ver o que se  passava e  foi  quando  ouviu  um  choro de  um  recém-  -nascido. Deu a volta à casa, e nas traseiras deparou-se com  uma alcofa. As pernas tremíam-lhe e aquela sensação de ansiedade e de temor, fê-la parar, hesitante em avançar.

Mas entretanto decidiu-se. Deparou-se com um bébé que choramingava, tentou pegar-lhe e o choro transformou-se num sorriso. Um sorriso que lhe parecia familiar. Pegou na alcofa e levou para dentro de casa, ainda com as pernas a tremer, parecendo-lhe estar a viver uma cena de um filme.

Não estava a perceber o que estava a acontecer e foi então que reparou num envelope que estava dentro da alcofa. Uma carta, reconheceu a letra de imediato.

Começou a lê-la, as mãos trémulas, os olhos a começarem a embaciar-se, como o horizonte se embacia numa demorada penumbra. Mas os olhos acordam prostrados e contagiam o resto do corpo.

Tem que se sentar para continuar… começa a perceber que aquela criança é sua sobrinha, mas a razão de estar ali não entende…. Continua a leitura, mas com dificuldade, a carta começa a ficar molhada e as letras a sumirem… Não percebia bem aquilo que estava a ler. Parecera-lhe profundo, embora essa profundidade fosse turva e ela nada conseguisse ver nela…

Porque seria que a irmã lhe entregara a filha sem nunca lhe ter contado nada sobre a sua existência? Elas que sempre foram tão unidas como foi capaz de lhe esconder uma coisa tão importante? E agora deixá-la com tanta responsabilidade?

Tinha que concluir a carta para perceber. Finalmente entendeu. A irmã estava doente, isolou-se, teve aquela filha que agora sabia não poder educar. Não conseguiu encarar a irmã, mas sabia de antemão que ela não lhe viraria as costas e que tomaria conta da Carolina.

Os seus sentimentos não precisavam de motivos, nem os desejos de razão, pensou que tinha que atender o pedido da irmã.

Aliás, esta criança continuaria a ligá-las para sempre!


Maria Dias
Julho 2012

quarta-feira, 25 de julho de 2012


São almas gémeas,
Juntos se movem
Juntos choram
Juntos dormem
Juntos piscam
Juntos vêm as coisas
Ainda que
nunca se vejam…
São os meus olhos
São almas gémeas!

Maria Dias
Julho 2012

A familia é a base da sociedade,
Paz e harmonia a verdadeira riqueza
Que nos oferece a familia de verdade,
A união e o amor que nos dá a certeza
De nos sentirmos acolhidos,
Amados,
Acarinhados,
De nos sentirmos unidos!

Maria Dias
Julho 2012

terça-feira, 24 de julho de 2012


84 anos. Parabéns Pai!


Pai
Que te amo, tu já há muito que sabes…
Mas não sei se alguma vez te disse
Que o meu sentimento por ti
Vai mais além,
Se não o transmiti,
Então agora é o momento
De te dizer
Que te admiro muito,
Podes crer…
Pela tua personalidade,
Pela tua força, coragem,
Por enfrentares a realidade
Por seres o pilar da mãe
Nesta fase da verdade
Superando assim o que ela tem.
Obrigada Pai por seres assim!



Maria Dias
19.Março.2012


sábado, 14 de julho de 2012


A Amizade

Pudera eu ter o dom de um poeta
Ou de um músico…
Para poder colocar em verso e melodia
O sentimento da amizade…
Ah como eu gostava, como eu queria
Poder defini-lo e transcrevê-lo
Esse sentimento da verdade.

A amizade é um sentimento
Tão único e especial,
Troca, amor, cumplicidade
É afeto, é respeito, é vital,
É carinho e honestidade.

A amizade duplica a alegria
E divide as tristezas,
É uma completa melodia
Que diminui as distâncias
Fortalece as certezas
E utrapassa todas as ânsias…

A amizade, sim, a amizade
É uma troca repartida
De uma cumplicidade,
É a doce canção da vida
É a poesia da eternidade!


Maria Dias
Julho 2012


O sorriso e a lágrima

A lágrima inveja o sorriso
Julga que ele vive sempre feliz
Puro engano, pura ilusão,
Muitas vezes é um disfarce
De quanto sofre o coração.

Quantas vezes choramos sorrindo
Continuamos rindo mesmo já indo,
Quantas vezes  sorrimos chorando
Mesmo quando estamos voltando.

Desde os sorrisos timidos
Aos sorrisos enigmáticos,
Dos sorrisos atrevidos
Aos sorrisos carismáticos,
Um sorriso, apenas um sorriso
É tudo o que é preciso


Maria Dias
Julho 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012


Livros são bons amigos
Que nos acompanham p’la vida
São professores queridos,
De uma riqueza transmitida,
Que nos enchem o coração,
Como pérolas brilhantes,
Vão para além da razão
Como estrelas cintilantes.

Queria escrever um livro
Transcrever uma história,
Aquela história verdadeira
Que fique  na memória
Para a  vida inteira.
Vou ter de me inspirar,
Reunir factos, acontecimentos
Para a história contar…
Não esquecendo os sentimentos
Cujo conteúdo vão enriquecer
O livro a não esquecer!

Maria Dias
Julho 2012

sábado, 7 de julho de 2012

Oh coelho em vez de passos
Porque não saltas nas relvas
Para evitar erros crassos,
Vá lá salta e vai até Elvas
Ou isso é um “não assunto”
Para ti e para os da tua toca
Que dê para serrar presunto
E que só atrai minhoca.
Desculpa lá esta chalaça
Mas não há “cú” que aguente,
Nem mesmo com cachaça
O povo esquece o que sente.
Sente, e tem que aguentar,
Até quando, não se sabe
Onde isto irá parar!

Maria Dias
Julho 2012



quinta-feira, 5 de julho de 2012


A minha amiga saudade
Às vezes vem me visitar,
É  estranha de verdade
e tão controversa…
que, quando vem para ficar
e se senta à conversa,
às vezes faz-me feliz
ao recordar
bons momentos,
e velhos tempos
que me fazem sonhar.
Outras vezes é cruel,
Lembra-me o que quero perder
E para sempre esquecer,
E dá-me angústia e tristeza
Deixa uma mistura de sentimentos
Aquela amarga incerteza
De perda, falta, distância
Até mesmo agonia,
E como não a posso matar
Quero que ela se vá embora
Daqui para fora
Para esquecer toda a melancolia
E voltar a sentir alegria!


Maria Dias
Julho 2012



Sentada na esplanada
Ponho-me  a observar….
Os passarinhos saltitam
Para as migalhas aproveitar
As crianças brincam,
Não sossegam,
Não se calam,
E os avós babados a olhar…
Uns estão de livro na mão
A tentarem concentrar-se
Para uns momentos de leitura,
E eu, tento e tento, mas em vão
Escrever um poema,
Mas não surge inspiração,
Nem sequer um tema.
A brisa começa a fazer sentir-se
Nem parece uma tarde de Verão,
Começam alguns a ir-se,
Outros ainda ficam na confusão.
Perco-me na demora
Sem tema,
Sem poema,
Acabo por ir-me embora!


Maria Dias
04.Julho.2012


quarta-feira, 4 de julho de 2012


O Relógio do coração
Marca o tempo na nossa vida
De uma forma diferente
Tudo depende da emoção
E da experiência vivida.
Há semanas que duram anos,
Há anos que duram dias,
Tudo depende dos danos
Provocados em nossas vidas.
Paralisamos meses com tristezas
Algumas hoje, passados os dias dificeis
Já se tornam meras incertezas,
Mal lembramos os momentos terriveis,
Mal guardamos a lembrança de cada hora
E será sempre assim pela vida fora!

Maria Dias
Julho 2012

terça-feira, 3 de julho de 2012


Deitada à beira mar adormeci
Caí num sono profundo,
Por momentos ali permaneci
E fiquei no meu mundo…

Fiz da areia a minha cama
Fiz do mar o meu lençol
Fiz da minha vida uma trama
Fiz de mim um raio de Sol!


Maria Dias
Julho 2012