sexta-feira, 29 de junho de 2012


Queria ser uma estrela…
Brilhar com intensidade
Para iluminar o teu caminho,
Dar-te a luz da verdade
Para não te sentires sòzinho.
Poder acompanhar-te na escuridão
E seguir os teus passos por aí,
Ser o teu amparo na solidão,
Ser os teus olhos e dizer o que vi.
Talvez até ser estrela cadente
Percorrendo todo o universo
Sempre feliz e sorridente,
Embalar-te com aquele verso,
E com aquela música a tocar
Podermos eternamente dançar.


Maria Dias
Junho 2012

quarta-feira, 27 de junho de 2012


 Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital.

Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as  tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.

 A sua cama estava junto da única janela do quarto.

 O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas.

 Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, etc...

E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.

O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela.

 A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos.

Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte.

Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava as pitorescas cenas.

Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar:

Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram. Uma manhã,a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida, o homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia.

Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo.

Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.

Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.

Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo!

O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela.

A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. Talvez quisesse apenas dar-lhe coragem...

Moral da História:

Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas.

A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada.



terça-feira, 26 de junho de 2012


“Hoje estou sem cabeça”
Costumamos dizer…
É possível que tal aconteça
Porque até se pode bater
“Com a cabeça nas paredes”
Por  actos e palavras
Cometidos sem redes.
Ouve-se tanta expressão
De coisas “sem pés nem cabeça”,
Coisas feitas sem coração,
É possível que tal aconteça.
E depois a “cabeça fica nas nuvens”
E o que é que isso faz?
Faz com que fiquemos a sonhar
Em ser “cabeça de cartaz”
Para podermos brilhar.


Maria Dias
Junho 2012


Ansiedade palavra ambígua
Pode ser sentimento mau ou bom,
É uma ânsia contínua
Como a espera que se tem
Quando sai do lamiré o tom.
Dá tanta nervoseira
Até uma intensa canseira,
É uma “espera” na verdade
Essa louca ansiedade
E sem se saber como a ultrapassar
Fcamos prostrados a pensar…!

Maria Dias
Junho 2012

sexta-feira, 22 de junho de 2012



O amor não tem explicação…
Quando um filho nos faz sofrer
Continuamos a amá-lo,
Continuamos a apoiá-lo,
Mesmo que isso nos faça doer.

É impossível cortar o cordão umbilical,
Impossivel de todo esquecer
Aquele ser pequenino e angelical
Que um dia podemos ter
E que faz parte do nosso Ser!



Maria Dias
Junho 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012




Dia 20 e 21 de Junho espectáculo "Boa Noite...Alfaces" com Joana Tavares e João Borges Oliveira, em que fizeram uma "brincadeira" com os meus poemas Alfacinha e o Tomate, que proporcionaram momentos hilariantes. Adorei!

Ah como eu gosto do Verão
Com dias de Sol intenso,
Tão longos até mais não,
Dias de férias que nem penso
No que tenho a fazer,
É perguiçar e até sonhar,
Observar o entardecer
Ver o pôr do Sol
E tudo o mais esquecer!


Maria Dias
Junho 2012


sábado, 16 de junho de 2012



A ternura anda sorrindo,
E sai calma e em silêncio
Como uma doce mensagem,
E levemente assim vai indo,
Doce e com carinho,
E bem devagarinho
Ultrapassa toda a aragem,
Aquecendo o coração
Daqueles que nos acompanham
Na caminhada da vida
Em profunda comunhão.

As feridas da alma
São curadas com carinho,
Aquela ternura…
Um doce apego,
Uma terna doçura,
Uma doce meiguice,
Aquele aconchego,
Aquela  doidice,
Um enternecimento,
Que ultrapassa
Todo o sofrimento!

Maria Dias
Junho 2012






sexta-feira, 15 de junho de 2012


A fantasia e a imaginação
Andam de mãos dadas
Surgem e saltam do coração
E correm pelas estradas

A fantasia é uma arte
Que usa e abusa da magia,
É um todo ou uma parte
Da imaginação em parceria

Em parceria com o sonho
Distancia-se da realidade,
E a desordem que lhe ponho
Torna-a filha da liberdade

A ordem é o prazer da razão
Imaginar é subir um tom na realidade,
A desordem a delicia da imaginação,
A fantasia é um prazer sem idade!


Maria Dias
Junho 2012




sábado, 9 de junho de 2012


Teve a sensação de que a tinha ouvido chorar, voltou a entrar no quarto e então teve a certeza que a sua menina dormia como um anjo. Como gostava de a observar enquanto dormia. O seu rostinho lindo demonstrava tanta serenidade e uma inocência impar. Será que ela sonhava, perguntou a si própria…
Precisava só de descer por alguns minutos, era ir num pé e voltar noutro, e se ela dormia tão profundamente não haveria problema certamente. E lá foi a correr….
Entretanto a Anita começou a acordar, espreguiçou-se, olhou ao seu redor…. e sentou-se na cama. Ainda ensonada pareceu-lhe ver um bicho ao fundo da cama…e começou a ficar assustada. Continuou sentada e toda encolhida começou a chamar pela mãe….mas foi em vão.
E lá continuava aquelo bicho preto ao fundo da cama, ui que medo, e a Anita começou a chorar. Tinha tanto medo… e a mãe que não aparecia e o bicho que ali continuava estático, tal como ela estava. Um e outro continuavam na mesma posição, com a diferença apenas de que a Anita chorava sem parar. O seu olhar fixava o bicho e ía vagamente até à porta na esperança de ver a mãe entrar por ela. E assim ficou alguns minutos, que a ela lhe pareceram uma eternidade.
Finalmente a mãe chegou e aflita a abraçou sem perceber o que a assustava. Quando a Anita a chorar apontou para “o bicho”, a mãe verificou que o bicho não passava de uma linha preta em cima da colcha ao fundo da cama. Mas a Anita só se acalmou ao colo da mãe e quando viu na mão da mãe a linha preta pendurada.

Maria Dias
Junho 2012

Leva-me a noite, leva-me a escuridão
Dá-me luz e traz-me a manhã,
Vem, e acorda-me devagarinho
Suavemente, e com pèzinhos de lã…
Para que te abra o meu coração.

Quero o Sol a entrar pela janela
Quero ver o dia em pleno a brilhar,
Solta-se-me a inspiração toda ela,
Quero ouvir os pássaros a cantar
E com eles deixar-me embalar!


Maria Dias
Junho 2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012


Deixa-me escutar o silêncio
Não te rias, não estou a brincar,
Ele murmura-me algo ao ouvido,
Algo importante que quero escutar.

Ele está repleto de sabedoria
Dá-me tolerância, sensatez e paz
Chega de incessante gritaria
Ouve o que de bom  me traz

Sinto-o, mas não o sei explicar
O silêncio rodeia-me, aconchega-me
Embala-me e quieta quero ficar,
Porque fácil é trocar palavras
Dificil é interpretar o silêncio,
As mais lindas palavras são ditas
No profundo silêncio de um olhar!

Maria Dias
Junho 2012



O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.

Amor e cumplicidade são sentimentos que não têm idade...

Maria Dias

terça-feira, 5 de junho de 2012


Também ando pelas ruas de Lisboa
Sòzinho,  ou acompanhado,
Mas o que gosto é da Alfacinha boa
Para me acompanhar no fado.

Oh Alfacinha linda, és tão jeitosa
Quero-te aqui junto a mim,
E mesmo sabendo que és vaidosa
Quando me tocas, fico num frenesim.

Depois de ficar maduro
Temos cores diferentes
Mas combinamos tão bem,
Que rica salada fazemos
E quantas vitaminas ela tem.

Há quem diga que sou legume
Mas não sou não, sou um fruto,
Sou um rico alimento universal,
Cru, cozido ou assado,
Doce ou mesmo salgado
Tenho um sabor especial.

Fica comigo linda “Alfacinha”
Também eu gosto de Lisboa,
Enfeita  a minha saladinha,
Canta até que a voz te doa!


Maria Dias
Junho 2012


Sou a conhecida “Alfacinha”
Nasci na cidade de Lisboa,
Estou destinada à saladinha
Sou delicada e até bem boa…

Eu sou a alface magra e fina
Posso ser frisada, lisa ou até roxa,  
Desde Alfama até ao Alto Pina
A varina corre, nem que seja coxa,
Para ao tomate me juntar
E assim a salada preparar.

Tenho cálcio, potássio e ferro
Sou rica em vitaminas e fibras
E até tenho muitos minerais,
Por isso o que mais quero
É que ninguém me despreze jamais.

Com a galega couve não me dou bem
Essa é rija, entroncada e grosseira,
Odeio tudo, mas tudo o que ela tem
Ou não fosse ela de origem tripeira.

Mas eu sou “alfacinha”, Lisboeta
E amante desta linda cidade,
Ah não, não façam essa careta…
Sou “Miss Alface” e nem tenho idade!


Maria Dias
Junho 2012


sábado, 2 de junho de 2012


Esta noite tive um sonho de encantar
O meu País  tornara-se diferente
Que me apetecia bem alto gritar,
E contar a toda, toda a gente
O que de bom estava a acontecer,
Outra realidade estava a nascer.

Nasce o meu País de sonhos
Cheio de rostos risonhos
Um País de esperança
Para se viver em segurança

Um País livre e independente
De gente com força para mudar
Com vontade de aqui viver
Para não se ter de emigrar,
Sem bandidos nem assassinos,
Sem ladrões para nos roubar
O pouco que se consegue amealhar.

E outros direitos para cada cidadão:
Todos com direito ao trabalho,
Todos com direito à educação,
Todos com direito à saúde,
Todos com direito a uma digna reforma,
Todos,  de uma ou outra forma
A viverem com dignidade
Até sempre, até à eternidade!


Maria Dias
Junho 2012


sexta-feira, 1 de junho de 2012


Não há palavras para descrever
O que de maravilhoso senti
Quando pela primeira vez te vi,
Quando me deste a conhecer
O significado da palavra “Mãe…
É um sentimento que se tem,
E que não se consegue explicar
Apenas soube logo que te ía amar!

As saudades que eu tenho
Daquela menina linda…
Depois foste crescendo,
E adolescente ainda,
Já nos íamos apercebendo
Da personalidade forte
Da tua determinação
Sempre guiada pela razão!

De menina a adolescente,
Tornaste-te numa linda mulher,
E hoje só te quero dizer…
Que o meu amor por ti é profundo
Que te admiro demais
E que daria a minha vida

Para te ver feliz neste mundo!