sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

E o tempo vai passando....


Às vezes perdemos muito tempo à espera. Muito tempo à espera de um amor, muito tempo à espera de sermos felizes, muito tempo à espera da pessoa perfeita, muito tempo à espera que tudo se resolva. Mas sabem uma coisa? A felicidade não gosta muito das pessoas que esperam, normalmente até as evita. Sabem de quem é que ela gosta mesmo? Das pessoas que vão atrás, das que a procuram e das que lutam por ela. Todos nós gostamos que lutem por nós, e a felicidade, não é excepção. Ser feliz dá muito trabalho, e por isso a primeira barreira a ser ultrapassada é a preguiça. Este bicho que nos agarra com força à cadeira e à cama, sempre com a intenção de nos impedir de lutar pelos nossos sonhos e de correr atrás da felicidade. Quem espera sempre alcança, mas alcança o quê? Eu gostava muito de saber. Desconfio de que não alcança coisa nenhuma, talvez uma vida desperdiçada a olhar pela janela à espera que a chuva passe. Se parar é morrer, esperar é ir morrendo.

In “Larga quem não te agarra”
de Raul Minh’alma



quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020


Desafio-me a ser “Pessoa”
Desafio-me a tirar a máscara
Porque tenho que ser eu
E para ser EU
tenho que ser dona (o) de mim
Tenho que saber lidar com o meu eu
E saber viver  do meu jeito

O meu jeito de ser

O meu jeito de amar
O meu jeito de sentir
O meu jeito de pensar
O meu jeito de existir
O meu jeito de viver
Porque não quero ser só gente

Quero ser “PESSOA”
E ser EU inteiramente!


MD
2015




quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

"O PARA SEMPRE"


As pessoas quando começam uma relação querem muito que seja para sempre, e isso fá-las acreditar que será mesmo para sempre. E depois, quando acontece uma discussão mais pesada ou uma incompatibilidade mais forte, desistem logo. Porquê? Porque não se imaginam a viver assim “o para sempre”  que sonharam. Logo, nas suas cabeças, não poderá ser aquela “a tal pessoa”, e acabam a relação. Mas “o para sempre” dos contos de fadas não é igual ao da vida real. Na vida real “o para sempre” faz-se todos os dias, dia a dia, bocadinho a bocadinho. Faz-se de discussões ultrapassadas, de defeitos imutáveis aceites, de cedências, de erros que merecem ser perdoados, e de erros que têm de ser corrigidos, corrigidos. Faz-se até de muitos “nunca mais”. Um “para sempre” não se conquista, vai-se conquistando. E é isso que as pessoas têm de entender para não passarem a vida a experimentar aqui e acolá e a tentar aqui e acolá, à espera de encontrar, o encaixe perfeito.

In “Larga quem não te agarra”
de Raul Minh’alma






Palavra mágica


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Como morrem os amores...




Os amores morrem de inanição
se não há alimento

Os amores morrem de decepção
se não há sobriedade

Os amores morrem de ciúmes
se lhes falta alento

Os amores morrem de quietude
se não há cumplicidade

Os amores morrem de tédio
se lhes falta motivação

Os amores morrem de egoismo
quando se ama em solidão

Os amores morrem cedo
quando falta compreensão

Os amores morrem queimados
no calor de uma discussão

Os amores morrem sufocados
pela mágoa acumulada

Os amores morrem afogados
no mar da mentira criada

Os amores morrem doentes
quando somos intransigentes

Os amores morrem dormindo
se a paixão se vai diluindo

Os amores morrem
porque nós os matamos

Os amores morrem
se os sentimentos ocultamos

Os amores morrem
porque não os vivemos

Os amores morrem,
e morrendo o amor
Nós é que morremos!






sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Aprender a Amar....




Depois de algum tempo
aprendes a diferença,
a subtil diferença
entre a alma acorrentar
ou o dar a mão,
e só assim
Aprendes a Amar!

E, aprendes que amar
não significa prender,
e que companhia
nem sempre é “ter”…
e acabas por aceitar!

E aprendes que beijos
não são contratos,
e presentes
não são promessas,
Aprendes que
não é preciso
a troca de retratos,
e que diferenças essas
pouco importam para
manter os desejos….

E, aprendes que amar
é deixar o outro
em liberdade
e, se em vez de partir,
ficar por sua vontade,
então Aprendeste a Amar
por inteiro, de verdade!






MD
Fev 2012 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Lembrança


Um dia seremos  “lembrança”
na memória de alguém
reflectindo a nossa presença
vinda e sentida do além

lembramos o que já passou
e que pode já não ser real
tudo o que em nós ficou
tornando-se tão especial

“lembrança” algo que nos pertence
mas que pode tonar-se fugaz
que a todos sempre convence
mas que nem a todos satisfaz

Já agora quero pedir-te:
“Olha-me porque te lembras
e, não me lembres
porque me olhas”




domingo, 2 de fevereiro de 2020

02 de Fevereiro de 2010 morte de Rosa Lobato Faria

De ti só quero o cheiro dos lilases
e a sedução das coisas que não dizes
De ti só quero os gestos que não fazes
e a tua voz de sombras e matizes
De ti só quero o riso que não ouço
quando não digo os versos que compus
De ti só quero a veia do pescoço
vampira que já sou da tua luz
De ti só quero as rosas amarelas
que há nos teus olhos cor das ventanias
De ti só quero um sopro nas janelas
da casa abandonada dos meus dias
De ti só quero o eco do teu nome
e um gosto que não sei de mar e mel
De ti só quero o pão da minha fome
mendiga que já sou da tua pele.
Rosa Lobato de Faria, A Noite Inteira já não chega