Lágrima de Preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterlizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Madei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
Para o Boletim da Arpic de Novembro:
O
CANTINHO DA POESIA, PENSAMENTOS, CONTOS E
OUTROS…..
Novembro é o
mês do S.Martinho, dos magustos (castanhas, água pé, jeropiga)… Aqui ficam umas
adivinhas, quem acerta?
1
Tenho camisa e casaco
Sem remendo nem buraco
Estoiro como um foguete
Se alguém no lume me mete
Sem remendo nem buraco
Estoiro como um foguete
Se alguém no lume me mete
2
Qual a coisa qual e ela
Tem três capas de Inverno
A segunda é lustrosa
A terceira é amargosa
Tem três capas de Inverno
A segunda é lustrosa
A terceira é amargosa
3
Tem casca bem guardada
Ninguém lhe pode mexer
Sozinha ou acompanhada
Em Novembro nos vem ver
Ninguém lhe pode mexer
Sozinha ou acompanhada
Em Novembro nos vem ver
Há
dias um amigo passeava por Carnide e inspirou-me:
Naquela rua deserta
Sem uma única porta aberta
Perdeu-se o meu amigo
Com alma de poeta.
Ele não só a olhou,
Mas a contemplou
E, ficou a pensar…
Que naquela rua deserta
Sem uma única porta aberta
Há segredos escondidos
Vida dos perdidos,
Vida dos felizes,
Vida dos petizes,
Vida dos adultos,
Vida dos velhinhos,
Mas de todos, juntinhos,
Quantas histórias por contar,
Quantas mágoas a amargurar,
Quantas felicidades a lembrar
É que naquela rua deserta
Onde passou o meu amigo
Com alma de poeta
Há vida para além do silêncio
Há vida para além da morte
Todos se entregam à sua sorte!
Soluções Adivinhas: Castanha
Maria Dias
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
O Resistente
Eu sou o “Resistente”
Odeio ter de mudar
Sou agarrado ao presente
O que mais quero é “ficar”
Ficar para não ter de prosseguir,
Sou comodista até mais não,
Para mim nunca quero ir
Nem que me chamem à razão.
E agora, vens tu Oh Mudança
Com novas ideias para me baralhar
Tu e essa tua amiga Esperança
Estão sempre a inventar…
Maria Dias
Outubro 2013
Escrito para o Boa Noite "Agora é que é"
Interpretado por João Borges Oliveira
A Mudança
Eu sou a “Mudança”
E gosto é de variar,
A minha melhor amiga
é a Maria Esperança
e com ela vou avançar
Juntas queremos o futuro,
enfrentando o progresso,
Por isso me aventuro
Quase sempre com sucesso.
Só tu, inimigo Resistente
Ficas aí num marasmo,
Como se estivesses doente
Oh, como eu até pasmo…
Maria Dias
Outubro 2013
Escrito para o Boa Noite "Agora é que é"
Interpretado por Joana Tavares
A Mudança
Agora é que é…
Há que seguir em frente
Fazer o que se sente,
Tens de prosseguir
Não vale a pena fugir.
Vai, e se
te der medo,
Vai com
medo mesmo.
Só tens
de te aproximar,
E mesmo
que ela te assuste,
Não a vás
afugentar,
Tens é de
a abraçar,
Tens é de
a acarinhar,
Porque,
ela te trará o bem,
Te dará a
esperança,
Confia no
que ela tem,
Abre-lhe
os braços …
E
enfrenta a “Mudança”!
Maria
Dias
Outubro 2013
Interpretado por João Borges Oliveira
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Naquela rua deserta
Sem uma única porta aberta
Perdeu-se o meu amigo
Com alma de poeta.
Ele não só a olhou,
Mas a contemplou
E, ficou a pensar…
Que naquela rua deserta
Sem uma única porta aberta
Há segredos escondidos
Vida dos perdidos,
Vida dos felizes,
Vida dos petizes,
Vida dos adultos,
Vida dos velhinhos,
Mas de todos, juntinhos,
Quantas histórias por contar,
Quantas mágoas a amargurar,
Quantas felicidades a lembrar
É que naquela rua deserta
Onde passou o meu amigo
Com alma de poeta
Há vida para além do silêncio
Há vida para além da morte
Todos se entregam à sua sorte!
Maria Dias
Outubro 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Cheguei mais rica. Os adjectivos que conheço não
chegam para traduzir o que trago comigo…, desde a magnifica contemplação da natureza,
absolutamente indescritível, até ficar sem palavras, assim como o
enriquecimento cultural das cidades históricas e a grandiosidade dos seus
Monumentos. Tudo permanecerá na minha memória!
E foi num momento de comoção ao ver tanta beleza
que o Silêncio me envolveu e me deu asas.
“Ele” o Silêncio
Ele chegou,
Me envolveu,
Me abraçou,
E nem esqueceu
De me beijar.
Deu-me a paz…
Sussurrou
ao ouvido
Tudo o que satisfaz,
E, assim tão querido
Na minha companhia ficou.
E, foi assim que o silêncio
Por algum tempo se quedou,
Ali fiquei estarrecida
Por momentos esquecida
Presa naquele abraço,
Por Ele confortada
Como se fosse amada!
Maria Dias
04/Outubro/2013
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Quero ir por caminhos diferentes
Vaguear entre outras culturas,
Que abram as nossas mentes,
E de coração aberto
Outros povos abraçar,
De longe e de perto
Outras paisagens observar.
Quero abrir os olhos para o mundo
Vinda de longe, com o coração a cantar
Ficar boquiaberta, em êxtase profundo
Com tantas belezas de encantar.
Quando voltar quero viajar
Para dentro de mim mesma,
Prolongar tudo o que vivi
Guardar tudo o que senti,
E através da minha memória,
Em lembrança e narrativa
Escrever a minha história!
E continuar a minha viagem
Nem que seja em pensamento.
É preciso recomeçá-la …
Ir para além de uma miragem,
Pois pior que não a terminar
É nunca chegar a partir,
E querer sempre ir
Querer sempre continuar…..
Maria Dias
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