sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Histórias vividas ou inventadas....




Marta sempre gostou de observar as pessoas à sua volta. Cada gesto, cada olhar, apela à sua imaginação para construir uma história.

Desde aquele dia em que passou horas no aeroporto, que esteve deliciada a observar as partidas, as chegadas, as despedidas ...tantas vidas cruzadas. Agora, sempre que pode, volta àquele local, apenas para observar aquele vai vém. A ideia é poder construir algumas histórias inspiradas naquelas pessoas....

O aeroporto é provavelmente um dos lugares mais interessantes em que se pode estar – não por causa do lugar em si, mas por causa das pessoas que estão nele.

Quando estamos num aeroporto, estamos rodeados de indivíduos de todas as esferas, com todo o tipo de histórias.

É nos aeroportos também que se dão algumas das separações mais comoventes e das reuniões mais alegres. Uma filha que vai para outro país para construir uma nova vida, alguém que regressa a casa depois de anos fora para finalmente estar com a sua família – todos os casos são diferentes.

Naquela tarde chuvosa e fria, Marta sentou-se naquele local já habitual para ela, acompanhada pelo seu livro, companheiro de todas as horas.  Mas pouco leu....  Reparou num homem de meia idade que se destacava das outras pessoas, por segurar um ramo de flores e uma caixa de chocolates. Marta ficou a observar e ansiosa por ver quem iria receber aqueles presentes.

Passaram alguns minutos e eis que se aproxima uma mulher também de meia idade, com um semblante ansioso e sorriso aberto... deram alguns abraços apertados e beijos calorosos, deixando claro o romance presente entre os dois.

Marta começou a imaginar a vida deste casal.... seriam casados de longa data, com um amor como há poucos? Ou seriam um casal de viúvos ou divorciados com uma nova história e amor?  Teria ela regressado após alguma longa ausência? As flores representariam as saudades que ele teve dela?

Fosse qual fosse a história, foi um quadro bonito de se ver e Marta já tinha ali inspiração para inventar uma história.



M D
Nov 2019










quinta-feira, 14 de novembro de 2019

O mar


O mar é espaço da nossa identidade colectiva e um horizonte aberto. Descanso os olhos na sua beleza e perante essa imagem abrem-se os meus sentidos e isso acalma-me.

Há uma magia especial que denuncia um sentimento intemporal.

Queria pegar em algumas palavras para traduzir a ideia dessa magia, mas não consigo adjectivos que possam definir a sua beleza e o seu efeito na minha mente.

Uma magia que traduz sentimentos controversos: a pequenez perante tamanha imensidão, a serenidade, que se transforma por vezes em ira, que provoca o temor contra a sensação de calma na maioria das vezes transmitida, enfim uma infindável mistura de sentimentos.

E é quando ele demonstra a sua fúria, o seu poder sobre a terra parecendo querer engoli-la que se torna assustador e nos reduz a uma indefesa pequenez.
Talvez seja esse poder, que oscila entre a serenidade e a fúria, que nos transmite uma enorme sensação do mistério que nos rodeia, perante tamanha beleza “O mar”.




quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu há 100 anos no Porto



Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim



sábado, 2 de novembro de 2019

As marcas do tempo


As paredes envelhecem
as portas apodrecem
mostram as marcas do frio
do forte calor do estio
do inverno tão frio
as chuvas torrenciais
do pouco e de tudo o mais...
mas essas, podem-se reparar
e assim as recuperar

No ser humano é diferente
ao seguirmos em frente
o tempo deixa marcas
e,  deixa lembranças,
profundas recordações
que o tempo nos presenteou
marcas nos corações
no corpo desenhadas,
a vida que em nós ficou!



MD
2016