segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

No último dia de 2018.....

Acordei hoje com um sentimento de gratidão. Gratidão por tudo o que recebi este ano, que está quase a terminar. Depois de um susto enorme provocando algum sofrimento, tudo se foi resolvendo, tendo até demonstrado a força interior que, a maior parte das vezes, nem nos apercebemos que temos.

Gratidão pelas coisas boas que aconteceram e principalmente, uma gratidão "muito especial", pela chegada do novo membro da família que me deu a  conhecer a alegria de ser avó.

Que em 2019 possa chegar ao final do ano a  sentir- me tão grata como me sinto hoje.


31/12/2018






2019


Mais uma página do calendário
que está quase a virar
só resta ficar solidário
com o ano que vai chegar

De repente, num instante fugaz
os fogos de artifício vêm predizer
que o ano velho fica para trás
e que o Novo Ano está a nascer

As taças se cruzam num tchim tchim
e embriagados de sentimentos
formulamos votos num frenezim
só desejando bons momentos

Entre abraços calorosos
queremos os sonhos realizados,
e ficamos todos ansiosos
dos nossos desejos alcançados

A mim, resta-me desejar
a todos nós em união
que juntos possamos cantar
a mesma canção

Canção de Paz e Amor
força para os problemas superar,
brindemos com louvor
ao Ano que vai chegar





sábado, 29 de dezembro de 2018


O ano de 2018 foi para mim um ano muito intenso.

Uns longos meses passados com muita ansiedade, muito nervosismo, problemas de saúde de familiar muito chegado, a não me deixarem gozar “em pleno” a alegria de ir ser avó....

Mas tudo correu bem, as melhoras verificaram-se, não houve problemas com o bebé e em Junho foi uma alegria indescritível quando ele chegou às nossas vidas. Tudo mudou....

Foi um ano intenso, mas com muitas coisas boas a acontecerem e foi sobretudo um ano “marcante”, pela chegada do novo membro da família que me deu a conhecer a alegria de ser Avó.

Para 2019 desejo paz, amor e saúde para mim e para a minha família, que possamos continuar a conviver em harmonia e união.







sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Que continuemos a sonhar em 2019


Sem sonhos, a vida é uma manhã sem orvalhos, um céu sem estrelas, um oceano sem ondas, uma vida sem aventura, uma existência sem sentido.


Augusto Cury.






domingo, 23 de dezembro de 2018

Quando um Homem Quiser - José Carlos Ary dos Santos

Quando um Homem Quiser


Tu que dormes à noite na calçada do relento 
numa cama de chuva com lençóis feitos de vento 
tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento 
és meu irmão, amigo, és meu irmão 

E tu que dormes só o pesadelo do ciúme 
numa cama de raiva com lençóis feitos de lume 
e sofres o Natal da solidão sem um queixume 
és meu irmão, amigo, és meu irmão 

Natal é em Dezembro 
mas em Maio pode ser 
Natal é em Setembro 
é quando um homem quiser 
Natal é quando nasce 
uma vida a amanhecer 
Natal é sempre o fruto 
que há no ventre da mulher 

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar 
tu que inventas bonecas e comboios de luar 
e mentes ao teu filho por não os poderes comprar 
és meu irmão, amigo, és meu irmão 

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei 
fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei 
pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei 
és meu irmão, amigo, és meu irmão 

Ary dos Santos, in 'As Palavras das Cantigas' 



quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Conto de Natal



Um amigo para sempre…

Estava sentada à mesa do pequeno-almoço, pensativa, olhando para lá das portas envidraçadas e segurando na chávena fumegante entre as mãos, como que para as aquecer.

Estava a pensar numa saida para os problemas, encarando a vida como um estranho enigma por resolver. E agora com o Natal a chegar, ainda sentia mais a sua solidão. Faltava-lhe as forças para encarar as coisas que a faziam sofrer.

Algo se agitou dentro de si. Uma formiga ziguezagueava pelos braços da cadeira. Com um brusco piparote fê-la levantar voo. Ao mesmo tempo que fez este gesto, algo caiu no chão. Foi a jarra  que estava em cima da mesa com um desajeitado arranjo de flores já quase murchas. Paciência, queria lá saber…. precisava era de respirar ar fresco. Depois de tantos dias de chuva, tinha que aproveitar o Sol que agora aparecia.

Saíu apressada, mas sem saber onde ir…..a brisa acariciava-lhe o rosto, cresceu-lhe um ligeiro rubor, mas sob esse rubor havia ainda palidez, uma tristeza instalada. Vagueou pelas ruas estreitas até chegar ao jardim, onde se sentou pensativa….

O cheiro da erva aquecida pelo Sol enchia o ar. O que ela mais desejava era não sentir-se assim tão só, tão perdida na vida mas também não queria falar com ninguém, por isso despiu os seus pensamentos de palavras, recostou-se e fechou os olhos. Deixou que o seu pensamento divagasse por entre as recordações…

Pensamentos que perduravam ainda nas margens da sua consciência nessa manhã quando, se apercebeu dos passos saltitantes na sua direcção sobre a erva à altura do tornozelo. Abriu os olhos e viu ali parado um cãozinho a olhar para ela, com um olhar tão meigo. Ela não sabia o que aquele olhar queria dizer, mas quando ele se encostou às suas pernas, se sentou e olhou para ela com um olhar suplicante e tão doce, ela teve a certeza que ele também estava tão só como ela, certamente procurava companhia e carinho.

Tinha um ar tão dócil e ali ficou à espera que ela lhe fizesse algum gesto. Ela por momentos, esqueceu tudo e acariciou o cãozinho que abanava o rabo de tão contente, com olhar suplicante, como se quisesse dizer-lhe “leva-me contigo”.

E foi isso que ela fez, levantou-se e nem foi preciso dizer nada, porque ele a seguiu, bem juntinho a ela, saltitante de alegria.

A sua intuição dizia-lhe que arranjara um amigo para sempre. Já não estava só neste Natal.

E por mais estranho que possa parecer, sentiu que os seus problemas se tornavam agora mais leves…



Dezembro 2012






segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Natal 2018


Natal 2018


Do que gosto do Natal são as “boas recordações e magia” que me ficaram da infância, da minha e mais tarde dos meus filhos; depois o tempo passou e alguns anos menos bons fizeram-me odiar o Natal; talvez "odiar" seja uma palavra demasiado forte.... Não gosto do consumismo, não gosto do que se faz por obrigação, não gosto das ausências dos que já partiram, não gosto de saber que nem todas as crianças têm o direito a sorrir....

Depois de algum sofrimento do Natal de 2017, ultrapassado esse problema, este ano sinto que  vai ser um Natal “especial” ....

Presentes só tenho 3 desejos, simplesmente, saúde, amor e paz. Essa pode vir embrulhada e adornada com laços de todas as cores...
Sim, eu sei que é uma ambição que tem asas, mas não voa....

Se eu fosse um pássaro para a trazer para a terra, mesmo sem ser enfeitada de Natal, trazia-a singela e pura para a distribuir por esse mundo fora.
Como não sou um pássaro e só voo a sonhar, posso apenas alcançar a paz ao meu redor, começando pela paz na família e com os amigos....

Neste Natal quero evocar as recordações mais ternas: o aconchego, o carinho, o cheirinho a lar, o abraço terno, a partilha...

“Que em cada um de nós possa nascer ou renascer o poder de amar”
“Que em cada um de nós haja o desejo de partilha”
“Que todas as crianças do mundo tenham o direito a sorrir”






segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Aniversário de Clarice Lispector


Hoje seria o aniversário de Clarice Lispector (10 de Dezembro de 1920 - 9 de Dezembro de 1977)



Clarice Lispector, nascida Chaya Pinkhasovna Lispector foi uma escritora e jornalista ucraniana naturalizada brasileira. Autora de romances, contos e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX e a maior escritora judia desde Franz Kafka.



sábado, 8 de dezembro de 2018

8 de Dezembro aniversário de nascimento e da morte de Florbela Espanca


A 8 de Dezembro de 1930 suicida-se Florbela Espanca no dia em que fazia 36 anos (Nascida a 8 de Dezembro de 1894) 

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se não sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!" 





SER POETA
Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda gente!
Florbela Espanca, em "Charneca em Flor"


terça-feira, 20 de novembro de 2018

Inocência



A inocência é uma criança
de mãos abertas para o mundo
com olhar de esperança
e com um amor profundo

É a doçura na relação humana
falar sem pensar, amar sem restrição,
fruto da inocência que dela emana,
é possuir um mundo de imaginação

Na inocência de uma criança
há tanta esperança a nascer,
tanto carinho e confiança,
vontade e razão de viver

Pleno mar de ternura
olhos cheios de candura
de uma inocência sem fim,
ah ...como sinto saudades
daquela criança em mim


Maio 2012










segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Saudade


Saudade é amor que permanece
É aperto e às vezes até dor
É querer ter o que não se esquece
É o que fica em nós do amor

Saudade não tem cor nem tamanho
É um vazio onde só cabe a lembrança
É um sentimento tão estranho
O seu maior conforto é a esperança

É a luz que ilumina a estrada do passado
Eternizando a presença de quem já partiu
É carinho e amor a ser lembrado
A recordar uma vida que já existiu

A casa da saudade chama-se Memória
É uma cabana singela na rua do coração
Mas nela cabe toda a nossa história
Nem pensar em perdê-la, isso é que não!






2015






sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Um olhar


Um olhar…
apenas um olhar,
através de um olhar,
tudo se pode revelar
mesmo sem falar...

E quando a boca mente,
o olhar,  esse desmente,
envergonhadamente,
descaradamente

A alma abre a janela
e através dela,
tudo se revela
com, ou sem cautela.

E mesmo sem mentir,
a essência do sentir,
vai-nos transmitir
o que não podemos ouvir

Basta aquele olhar
Basta o silêncio ímpar





Agosto 2012




quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Voo


Com a brisa fresca do mar
da sua terra a fustigar
sob as asas,
Voou...
sobre as casas,
acima da beira da falésia
e sobre o oceano
Voou...
em direcção a uma nova terra
de esperança,
de liberdade e vida
Com perseverança
Sob a sua asa
Voou....
rumo à sua casa
rumo à sua outra metade,
rumo à realidade
voou....





Setembro 2012




domingo, 4 de novembro de 2018

Portugal


Há um País à beira mar plantado
um pequeno país, mas sem igual
é o meu adorado país
é o meu Portugal

É por cá que se canta o fado
é certo que é triste essa canção
mas não existe noutro lado
e como embala o coração

É por cá que se conhece o significado
da eterna palavra saudade
ora se chora o amor ausentado
ora se chora pela felicidade

Como cabe nesta pequena terra
uma gastronomia tão rica e variada
as tradições que este povo encerra
e um clima que a todos agrada

A não esquecer a sua beleza natural
tão diversificada de contemplar
quer seja citadina ou rural
de norte a sul as serras e o mar

É este o meu País
é este o meu Portugal
um país pequeno
um país sem igual




2018
Escrito para o Boa Noite Portugal - BC



sábado, 3 de novembro de 2018

1984 - Maria Guinot - Silêncio E Tanta Gente





Às vezes é no meio do silêncio

Que descubro o amor em teu olhar

É uma pedra

É um grito

Que nasce em qualquer lugar
Às vezes é no meio de tanta gente

Que descubro afinal aquilo que sou

Sou um grito

Ou sou uma pedra

De um altar aonde não estou
Às vezes sou o tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar



Às vezes sou também

Um sim alegre

Ou um triste não

E troco a minha vida por um dia de ilusão

E troco a minha vida por um dia de ilusão
Às vezes é no meio do silêncio

Que descubro as palavras por dizer

É uma pedra

Ou é um grito

De um amor por acontecer
Às vezes é no meio de tanta gente

Que descubro afinal p'ra onde vou

E esta pedra

E este grito

São a história d'aquilo que sou
Às vezes sou o tempo que tarda em passar

E aquilo em que ninguém quer acreditar
Às vezes sou também

Um sim alegre

Ou um triste não

E troco a minha vida por um dia de ilusão

E troco a minha vida por um dia de ilusão
Às vezes sou o tempo que tarda em passar

E aquilo em que ninguém quer acreditar
Às vezes sou também

Um sim alegre

Ou um triste não

E troco a minha vida por um dia de ilusão

E troco a minha vida por um dia de ilusão

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Vinicius de Moraes nascido a 19 de Outubro de 1913

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


domingo, 14 de outubro de 2018

Vento

Oh vento malvado que andas por aí vadio
já não cantas, uivas como um louco
incomodas-me e num autêntico desvario
não me dás sosssego nem um pouco

À noite parece que chegas do além
e continuas sempre a assobiar
sem teres pena de ninguém
olha que assim acabas por desafinar

Tanto que eu queria adormecer
com as tuas músicas de embalar
mas tu teimoso antes queres correr
para não me deixares descansar

Já agora traz-me noticias de alguém
que está nas estrelas para lá do além
leva-lhe um abraço e os meus beijos
satisfaz-me esses meus desejos




quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Sonhos


Sem sonhos, a vida é uma manhã sem orvalhos, um céu sem estrelas, um oceano sem ondas, uma vida sem aventura, uma existência sem sentido.
Augusto Cury.







segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Este texto está inscrito na entrada do Museu da Criança em Nova Orleães, Louisiana

Eu tentei educar o meu filho com livros,
mas ele olhou para mim desconfiado,
tentei ensiná-lo com palavras, 
que muitas vezes não foram ouvidas.

Desesperado, gritei para quem pudesse ouvir:
"Como devo educar no meu filho!"
Na minha mão ele mesmo colocou a resposta:
"Vem - disse ele - brinca comigo:"




In "Não te volto a dizer"! 
(Como educar com amor e disciplina)
de Paulo Oom


domingo, 7 de outubro de 2018

Insónia


Entraste insónia maldita
sem ninguém te convidar
o que queres oh desdita
que eu não queria acordar

Despertas os meus sentidos
revoltas os meus pensamentos
são momentos perdidos
num turbilhão de sentimentos

Por favor tem dó e vai-te embora
liberta-me e à minha mente
deixa-me no aqui e agora
quero dormir serenamente

Se ao menos a inspiração
viesse contigo para ficar
esqueceria de todo a razão
porque vieste me atormentar