Para o Boletim da Arpic de Julho/Agosto publiquei esta página:
O
CANTINHO DA POESIA, PENSAMENTOS, CONTOS E
OUTROS…..
Julho e Agosto meses
de Verão, das férias…
Agosto mês dos
emigrantes em Portugal, férias, cidades desertas, cujos habitantes são
substituídos pelos turistas… e a propósito dos turistas na cidade de Lisboa,
relembro um poema:
O eléctrico mais típico da cidade
É o 28, que os turistas apanham
Como quem bebe ginjinhas….
E aí começam as voltinhas
Pelas ruelas já sem idade.
Dá a volta às colinas
Às sete colinas de Lisboa,
Passa pelas casas pombalinas
É como a canção entoa…
E lá continua…
Pelos poisos do Pessoa,
Pelas ruas do gasto basalto,
Pelas igrejas de estilo barroco,
Passa perto do Bairro Alto,
Sobe e desce num gemido louco,
Passa pelos nichos mouriscos,
Pelos azulejos cheios de fumaça
Das tascas com cheiro a petiscos…
Mas eis que a magia se esvoaça,
Quando os carteiristas entram em acção
E num abrir e fechar de olhos
Às carteiras deitam a mão…
E quando uma das turistas
Resolve pegar no telemóvel e
a policia chamar…
o eléctrico já sem magia
a gemer vai parar….
e em vez de justiça se fazer
lá vai a turista a correr
para na esquadra justificar
a chamada ao local
e tudo acaba mal:
A turista lixou-se,
O carteirista pisgou-se,
E o 28 pasmou-se….!
Do passeio fica a recordação
Das maravilhosas vistas,
Mas a parte da carteira em acção
Não vem no guia de turistas,
E vai ficar para sempre como um senão.
Maria Dias
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