Mãe
Há muito
que te vens apagando
Esquecendo
os tempos idos,
Há muito
que vens mudando
Em quase
todos os sentidos
Aos
poucos fomos te perdendo
E as
lembranças foram contigo
Inevitável
irmos sofrendo
Irrecuperável
o tempo antigo
Ficavas
por vezes ausente
Mas ias
andando devagarinho,
Estavas
connosco presente
Podíamos
dar-te todo o carinho
Agora de
repente, ficaste doente
E eu
vivo num drama interior
Gostaria
de penetrar na tua mente
Para te
poder dar o meu amor
Ontem
dei-te a papa como se fosses criança
Como
tantas vezes o deves ter feito
Quando
era menina e me vestia de esperança
Em
tempos de alegria e de outro jeito
Hoje deste-me
a mão e com força a apertaste
Olhaste-me,
fixando-me com ternura
Pergunto-me,
o que será que pensaste
Com esse
rosto sofrido e mão em tremura
Mãe,
tenho uma “confissão” a fazer
Perdoa-me
deste meu sentir,
Por mais
que isso possa doer,
Por mais
que me custe pedir,
Mas antes
te quero ver morta
Do que
saber que estás a sofrer!
Maria
Dias
Julho
2014
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