quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

"O PARA SEMPRE"


As pessoas quando começam uma relação querem muito que seja para sempre, e isso fá-las acreditar que será mesmo para sempre. E depois, quando acontece uma discussão mais pesada ou uma incompatibilidade mais forte, desistem logo. Porquê? Porque não se imaginam a viver assim “o para sempre”  que sonharam. Logo, nas suas cabeças, não poderá ser aquela “a tal pessoa”, e acabam a relação. Mas “o para sempre” dos contos de fadas não é igual ao da vida real. Na vida real “o para sempre” faz-se todos os dias, dia a dia, bocadinho a bocadinho. Faz-se de discussões ultrapassadas, de defeitos imutáveis aceites, de cedências, de erros que merecem ser perdoados, e de erros que têm de ser corrigidos, corrigidos. Faz-se até de muitos “nunca mais”. Um “para sempre” não se conquista, vai-se conquistando. E é isso que as pessoas têm de entender para não passarem a vida a experimentar aqui e acolá e a tentar aqui e acolá, à espera de encontrar, o encaixe perfeito.

In “Larga quem não te agarra”
de Raul Minh’alma






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