O
CANTINHO DA POESIA, PENSAMENTOS, CONTOS E
OUTROS…..
Maio, mês dos amores,
mês das flores, mês do coração…
Cada coração é único, cada um é um mundo,
Cada coração sente à sua própria maneira
Uns mais leve, outros sentem mais profundo
E de uma forma mais completa, mais inteira.
Cada coração fala mais ou menos, do seu jeito
Cada um sofre em silêncio, a chorar ou a cantar,
Cada coração bate do seu modo junto ao peito
Mas todos, todos,
sentem e vivem para amar!
“Cada coração sente à sua maneira, mas o coração de mãe sente
sempre de uma forma intensa e única.”
CONTO
O céu abriu-se e martelou a terra,
bombardeando um tapete de poças silenciosas, como a memória bombardeia mentes
silenciosas. A erva pareceu satisfeita no seu verde húmido…. A chuva começou a
bater nas vidraças e o vento a assobiar com ritmo. Ela permaneceu sentada a
olhar o vazio, as lágrimas escorriam-lhe por trás dos óculos e tremiam-lhe no
queixo como gotas de chuva no beiral. Aquela dor doía-lhe bem fundo. O rosto
parecia pedra, mas as lágrimas continuavam a rolar. O seu coração transbordava
de saudade, uma saudade sem resposta e por isso se transformava num pequeno rio
a brotar dos seus olhos.
Mas de súbito bateram à porta e ela
ficou alguns segundos sem se mexer, sentia-se tão rigida que nem sabia se era
capaz de se levantar. Voltaram a bater e então ela deu um salto e arrastou-se
finalmente.
Com uma carta na mão, tremia dos pés à
cabeça, hesitante entre o abri-la ou se sentar primeiro. E assim demorou mais
uns minutos, trémula de hesitação, amedrontada pela expectativa do seu
conteúdo. Sentou-se primeiro, acomodou-se, ajeitou os óculos, suspirou
….Entretanto a chuva parou, o vento amainou e os olhos dela secaram, na
esperança de voltarem a sorrir.
Aquela carta, já aberta, tremia-lhe nas
mãos, tanto que nem conseguia ver uma linha direita sequer…..e só quando o seus
olhos poisaram naquela linha mais curta que as restantes, naquelas duas breves
palavras…. ela conseguiu continuar a ler.
Lá fora a chuva tinha parado e até o
Sol voltava a espreitar de encontro à janela. Um passarinho poisava e chilreava
no parapeito da janela. O seu rosto já não estava rigido, porque dos seu lábios
surgia agora um sorriso….Já conseguia ler tudo…mas o seu olhar ficava parado e
deliciado apenas naquelas palavras mágicas: “Amo-te
mãe” !
Provérbios
Maio molhou, Maio enxugou.
Maio ventoso faz o ano formoso.
Maria Dias
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