CHUVA
DE FLORES
O
ameno clima primaveril mudou nessa tarde...
as
nuvens, que de manhã se tinham revelado
pequenos
fiapos de algodão, dignos de um postal,
ecureceram,
os
pássaros calaram-se e fugiram da época estival,
o ribombar premonitório de
uma trovoada fez-se ouvir
o entardecer apareceu mais
cedo, as nuvens essas
endoideceram,
e o céu começou a roncar e
acabou a aplaudir
Ela queria fugir dali,
queria fugir à tempestade
não teve tempo, a chuva
começava a cair,
mas em vez de gotículas de
água, na verdade
era uma chuva de pétalas
de flores…
o ar repleto de cheiros
intensos e perfumados
era um espectáculo de
muitas cores,
e os campos estavam todos
iluminados.
e de repente, um mundo
imaginário…
as flores caídas sobre a
erva fragmentavam
o Sol em centelhas de
carmim,
a beleza e a paz se
aliavam,
o assalto aos sentidos
feito assim,
despertou nela algo vindo
da infância
quando aquele cheiro lhe
inspirava
alegria, amor, paz e segurança
Maria Dias
Maio 2012
publicado no Poemário de 2015 (Pastelaria Studios, Multiplas Historias) |
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