Erguer os olhos
embriagados pela luz do sonho,
abrir os braços
sedentos de fecharem em si
a imensidade,
e então...
ser nuvem branca
a flutuar nos espaços.
Subir....subir....
difundir-me no azul dos céus,
pousar depois
nas serras aniladas
esbatidas na distância,
beijar a quietude dos montes,
e descer as colinas sossegadas,
beber inebriada a fragância
das flores do campo
matar a minha sede
na água fresca
de longínquas fontes,
e no rumor dolente da folhagem
ler segredos de ninfas encantadas....
ver o Sol escorrer sangue
sobre o mar,
dormir um sono langue
no balouçar das ondas,
e pela calidez da noite morta
com as estrelas longamente
conversar....
Ah! não serem
asas leves os meus braços...
e eu nuvem branca
a flutuar nos espaços!
Junho 68
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