Tu, mulher de palmo e meio, de voz doce e olhar brilhante
Falas hoje sem receio, dum Abril muito importante
Foste o vaso, foste a terra, onde o craveiro aflorou
E assim floriste, a guerra, a guerra que não sangrou.
Com um molho de cravos na mão, andaste na baixa á toa
Sem saberes da revolução, que se passava em Lisboa
Há rua do Carmo chegaste, vistes soldados armados
Mas tu, não te atrapalhaste
Deste cravos, brancos e encarnados.
Deste, um cravo de mão em mão, dum laço que se soltou
E o tropa com emoção, na espingarda o colocou
Com este gesto mulher, trouxeste ao país glória
Não és uma mulher qualquer
Nem qualquer entra p’rá história
És somente portuguesa, uma mulher entre tantas mil
Mas, só tu és, com certeza!
" Mulher dos Cravos de "ABRIL"
Rosa Guerreiro Dias
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