Sorriu, tentando concentrar-se de novo nas chamas alaranjadas e no
calor simples e agradável do braço dela. O cabelo tinha um cheiro maravilhoso.
Ele teve a impressão de que poderia perder-se nele para sempre.
Permaneceram em silêncio, lado a lado, na penumbra durante alguns
minutos.
E ali estava outra vez, ou pelo menos um delicioso laivo, aceso
nos olhos dela. E, nisto, ela virou-se um pouco de lado para a janela e a luz
cinzenta ensombrou-lhe o semblante.
Sentou-se ao lado dela e fitou, sem ver, a panorâmica de montes e
vales. Ela agarrou-se ao braço dele, encostando-o ao seu corpo. Ele sondou-lhe
o rosto. Não encontrou palavras que captassem aquilo que estava a ver. Era como
se todo o esplendor daquela paisagem se reflectisse na expressão dela e o
esplendor da expressão dela se reflectisse na paisagem….
MD
Maio 2012
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